Mulheres vivem de sete a oito anos a mais do que homens

02/12/2002 - 12h03

Rio, 2/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - No Brasil, as mulheres estão vivendo de sete a oito anos a mais que os homens. Nos últimos anos, a mortalidade masculina ficou três vezes maior que a feminina, na faixa dos 20 aos 29 anos, e a principal razão dessa diferença está nas mortes por causas externas. Em 1980, enquanto a esperança de vida ao nascer das mulheres era de 66 anos, a dos homens era de 59,6 anos. Em 2001, a expectativa de vida para o sexo feminino ficou em 72,9 anos e para o sexo masculino, de 65,1 anos. Numa situação limite de não haver mortes por causas externas, a população masculina teria um aumento de 2,5 anos na esperança de vida ao nascer, em anos recentes, e a feminina, meio ano.

Esses dados fazem parte de um estudo elaborado pelo Departamento de População e Indicadores Sociais da Diretoria de Pesquisas do IBGE para avaliar o impacto das mortes por causas externas (homicídios, acidentes de trânsito, suicídios, quedas acidentais ou afogamentos) na esperança de vida brasileira. Esse indicador vem tendo, ao longo dos anos, crescimento lento, mas diferenciado para homens e mulheres. Entre 1980 e 2001, a esperança de vida, para ambos os sexos, passou de 62,7 anos para 68,9 anos. No mesmo período, houve um incremento de 6,9 anos para as mulheres, contra 5,5 anos para os homens.

Com relação aos óbitos evitáveis, foram 1.913.186 milhão as mortes ocorridas por causas externas, nesses 21 anos pesquisados. Desse total, 1.575.766 mortes referem-se ao sexo masculino (82,4%) e 337.420 mil ao sexo feminino (17,6%). No grupo de 10 a 39 anos de idade, as mortes por causas externas chegaram a 1.258.528, dos quais 1.077.043 são homens.

No contexto mundial, segundo a Divisão de População da Organização das Nações Unidas, o Brasil ocupa a 108ª posição no ranking dos 187 países para os quais foram estimadas as esperança de vida ao nascer, para o período 2000-2005. Apesar dos ganhos (estimativa de 68,9 anos), o Brasil ainda está distante de alcançar patamares como o da França, que ocupa o 10º lugar, com 79 anos, e o do Japão, o primeiro do ranking, onde a expectativa de vida é de 81,5 anos. Por outro lado, os 10 países com as mais baixas esperanças de vida estão no continente africano. Botswana exerce a triste liderança, onde a expectativa de vida é de, apenas, 36,1 anos.