Rio, 2/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guilherme Dias, acredita que a taxa de câmbio deve normalizar, associada aos fundamentos econômicos adotados pelo governo Fernando Henrique Cardoso. "Tudo vai depender de um esforço contínuo do próximo governo para conter a inflação", disse.
Guilherme Dias, que participou, nesta capital, da abertura da Conferência de Cooperação Estatística União Européia e Mercosul, promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), lembrou que quando houve a primeira desvalorização do real, em 1999, o governo conseguiu reverter o repique inflacionário utilizando instrumentos de política econômica e que agora também é possível agir da mesma forma. "Inflação não é algo que se baixe por decreto, mas é algo que requer a conjugação dos instrumentos fiscais, monetários e de comércio exterior ao longo dos próximos meses", destacou ele.
O ministro explicou, ainda, que os efeitos da inflação não são benéficos para o Orçamento da União. "A inflação não é remédio para o orçamento, é um veneno. Ao mesmo tempo em que produz efeitos positivos para alguns pontos do orçamento, como o câmbio e os juros, também traz despesas". Para ele, o ideal é que a inflação esteja sob controle, permitindo uma atividade mais estruturada e permanente para que o governo possa elaborar e executar suas políticas públicas.
A conferência, que acontece até amanhã (3), na sede do BNDES, no centro do Rio, reúne os presidentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Henrique Iglesias, do IBGE, Sérgio Besserman, e do Pro-Tempore do Mercosul, Clodoaldo Hugueney, além de representantes dos países do Mercosul e da Comunidade Européia.