Buenos Aires, 2/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva visitou há pouco o parlamento argentino. Ele foi recebido pelo presidente do Senado, Juan Carlos Maquera, e pelo presidente da Câmara, Eduardo Camaño. Em um discurso de improviso, Lula disse que, como o seu partido, defende a necessidade de se criar um parlamento para o Mercosul. Só assim, poderemos garantir que acordos econômicos políticos, sociais e culturais sejam melhor cumpridos. Segundo Lula, apenas a sensibilade política será capaz de substituir as frias estatísticas pelas pessoas, e realizar a mudança necessária para que os números não sejam a razão de se fazer política em detrimento das pessoas.
Lula voltou a insistir que o Mercosul é o caminho para os países do Cone Sul sobreviverem nas negociações internacionais, ressaltando que a crise do Mercosul, hoje, não é apenas econômica, mais também política. Aos parlamentares argentinos, o presidente eleito lembrou que o Real nunca valeu o Dólar, assim como o Peso também não. Enquanto as pessoas se negarem a encarar a realidade, haverá brechas para as crises, advertiu. Neste sentido, Lula afirmou que Brasil e Argentina, como parte desse processo de integração, deveriam ter desvalorizado conjuntamente suas moedas.
O presidente eleito também fez uma defesa veemente do parlamento aos deputados e senadores argentinos. Por mais defeito que tenha um parlamento, ele significa a única garantia de manutenção do Estado democrático, afirmou. Cabe ao povo, a cada eleição, mudar os seus representantes, destacou. Ele lembrou que, para garantir os quatro anos do mandato, que começa em janeiro próximo, disputou três eleições presidencias seguidas. "A cada derrota, ao invés de desanimar, cada vez mais levantávamos a cabeça e entendíamos que seria possível construir uma proposta política melhor", disse Lula, ressaltando que, agora, é a hora de cumprir as promessas feitas aos eleitores.