Ibama regulamentará o comércio de animais de estimação

02/12/2002 - 18h21

Brasília, 2/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deverá divulgar, no início do próximo ano, a autorização e a regulamentação para o comércio de jabutis (Geochelone carbonaria e G. denticulata), iguanas (Iguana iguana) e jibóias (as subespécies Boa constrictor constrictor e Boa constrictor amarali) como animais de estimação (pets).

A decisão foi aprovada pela Câmara Técnica Federal de Fauna, órgão consultivo do Ibama, formado por especialistas de várias instituições de ensino, pesquisa e organizações não governamentais de todo o país. A informação é do diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José de Anchieta dos Santos. Além denão estaream ameaçados de extinção, existe grande excedente desses animais nos zoológicos e nos criadouros credenciados pelo instituto, informou.

Apesar de a Câmara Técnica ter sugerido a inclusão de outras espécies na portaria que regulamentará o comércio de pets, o Ibama decidiu pela precaução. "Em relação aos três tipos de répteis, sabemos que há demanda no mercado e animais suficientes para se estabelecer o mercado de maneira legal", esclarece o diretor. A regulamentação, diz ele, evitará que os animais sejam retirados ilegalmente da natureza.

Quando regulamentada, a venda dos animais silvestres terá que seguir os critérios de marcação dos animais por meio de chips eletrônicos para identificação de origem, o certificado sobre as condições de saúde dos animais e as instruções sobre como criá-los. Com a iniciativa, o Ibama espera criar na sociedade a consciência de que, desde que seja de maneira legal e com orientação técnica adequada, a criação de animais selvagens como pet pode ser um fator para se evitar o tráfico e colaborar para a conservação ambiental.

Produtores da Bahia exportam jabutis A criação de jabutis em cativeiro tornou-se a porta de entrada para produtores rurais nordestinos no cobiçado mercado internacional de animais de estimação. Desde 1997, quando o Ibama regulamentou a criação e o comércio da espécie, dois pequenos produtores da Bahia já exportaram cerca de cinco mil desses animais. Estados Unidos e Japão são os principais compradores. Desde que criados em cativeiros legalizados pelo Ibama, os quelônios podem ser comercializados livremente. Um jabuti, de origem legal, devidamente marcado com um chip eletrônico, pode ser comprado nas lojas do Brasil por até cem reais, preço que pode dobrar lá fora.

O jabuti (Geoquelone carbonaria) é um animal fácil de ser criado em plantel comercial. Come de tudo e requer tratos veterinários mínimos. As instalações do criadouro têm baixo custo e o mercado está à espera de animais silvestres legalizados. O Ibama estimula a criação desses animais em cativeiro. Duas portarias editadas pelo instituto, em 1997, regulamentam a criação e o comércio das espécies que podem ser criadas com fins comerciais, entre elas o jabuti.