Custo das Cestas de Compras sobe mais de 8% no Rio

02/12/2002 - 16h18

Rio, 2/12/2002 (Agência Brasil – ABr) – A pressão do dólar sobre o açúcar, a farinha de trigo e o frango provocou um aumento de 8,44% no preço das Cestas de Compras das famílias residentes na região metropolitana do Rio de Janeiro, em novembro. É a maior elevação, desde o início da série, em janeiro de 1999, e representa uma aceleração de 5,88 pontos percentuais em relação a outubro, quando a variação dos preços da Cesta foi positiva em 2,56%. Segundo o Instituto Fecomércio-RJ, responsável pela pesquisa, as famílias com renda mensal entre três e cinco salários mínimos foram as mais atingidas pelo aumento de 9,07%, com as cestas passando de R$ 188,35 para R$ 205,42.

Segundo o diretor do instituto, Luiz Roberto Cunha, os produtos não subiam tanto desde o início do Plano Real, quando as altas chegavam a ser inferiores à inflação. Os aumentos verificados agora devem-se, basicamente, à alta do dólar, que abriu o mercado externo para os produtos nacionais e fechou o mercado interno para os produtos importados. Também tiveram impacto sobre os preços o aumento dos combustíveis e a entressafra. Com a elevação recorde de novembro, as Cestas de Compras passaram a acumular elevação média de 17,23% nos primeiros 11 meses do ano. Segundo o Instituto Fecomércio-RJ, a taxa acumulada nos últimos 12 meses chega a 21,59%.

No ano, a maior alta atingiu as famílias que recebem mensalmente até dois salários mínimos. Para elas, as compras ficaram 19,08% mais caras. As menores altas (15,93%) foram registradas para as famílias que recebem acima de 30 mínimos. Nos últimos 12 meses, as famílias que recebem até dois salários mínimos também foram as mais afetadas, com alta média de 23,13%. Já as famílias com renda acima de 30 salários foram as menos atingidas, já que suas cestas ficaram apenas 20,26% mais cara.

A pesquisa, divulgada semanalmente, tem o objetivo de avaliar as variações de preços dos 39 produtos de maior peso no orçamento (32 de alimentação, quatro de higiene e três de limpeza), consumidos por famílias de dez diferentes faixas de renda residentes na região metropolitana do Rio.
Entre outubro e novembro, os produtos pesquisados que mais subiram de preço foram açúcar refinado (46,40%), farinha de mandioca (29,08%), tomate (28,29%), farinha de trigo (18,14%), maçã (17,76%), ovo (17,59%), lingüiça (15,82%), arroz (15,58%), frango (13,84%) e batata (13,19%). No mês, apenas quatro produtos ficaram mais baratos em relação aos preços cobrados em outubro: sal (–4,07%), alface (–1,95%), desodorante (–1,90%) e detergente
(–0,27%).