BNDES tem quatro dias para decidir se presta socorro à Varig

27/11/2002 - 18h20

Brasília, 27/11/2002 - (Agência Brasil - ABr) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) têm até o próximo sábado (30) - data em que vence o prazo para que os credores cobrem débitos atrasados da Varig - para decidir se garante ou não aporte financeiro à companhia aérea, cujas dívidas somam hoje cerca de US$ 900 milhões. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, o BNDES só apoiará financeiramente a companhia, se a empresa apresentar uma proposta de reestruturação financeira viável.

O governo não pode apoiar uma empresa com dívidas com o próprio governo. Sem uma reestruturação que demonstre a viabilidade da empresa, não há participação do BNDES, afirmou.
Amaral reforçou que o BNDES poderá apresentar "qualquer proposta", desde que demonstre condições para uma real reestruturação da empresa. Segundo o ministro, apesar da crise da companhia aérea, a Varig ainda é viável. "O governo está pronto a apoiar qualquer proposta", disse. O ministro não arriscou nenhuma previsão, caso o BNDES decida não apoiar financeiramente a empresa. Só a Varig poderá dizer o que vai acontecer, caso o governo não decida intervir, frisou.

Desde março deste ano, a Varig tenta negociar um aporte financeiro com investidores e BNDES para garantir fluxo de caixa para a empresa. Entretanto, a decisão da acionista majoritária da companhia, Fundação Ruben Berta (FRB-Par), de rejeitar um aporte de US$ 118 milhões, em outubro, para dar novo fôlego ao grupo, levou o ex-presidente da companhia, Arnim Lore, a pedir demissão do cargo e acirrou os desentendimentos entre credores e a FRB-par, inviabilizando a estrutura mínima necessária para o BNDES garantir os recursos para a reestruturação da empresa.

Hoje, o diretor de Controladoria da Varig, Manuel Eduardo Guedes, tomou posse como presidente interino da companhia. O presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, da Defesa, Geraldo Quintão e Amaral também discutiram a situação da Varig, no Palácio do Planalto.