Da Agência Lusa
Lausanne (Suiça) – Especialistas suíços consideraram hoje (7) que as doses de polônio detectadas nos restos mortais do líder da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, “sugerem de forma incontestável a intervenção de terceiros”. Israel voltou a rejeitar qualquer envolvimento na morte do líder palestino.
Os peritos que efetuaram as análises referem ter detectado doses 20 vezes superiores ao tolerável pelo corpo humano. “Isso sugere de forma incontestável a intervenção de um terceiro”, declarou o professor François Bochud, diretor do Instituto de Radiofísica Aplicada, em entrevista à imprensa.
“Os nossos resultados confirmam de forma razoável a tese de envenenamento”, acrescentou Bochud. No entanto, o diretor do instituto reconheceu que as conclusões científicas podem ser contestadas. “Não podemos dizer que o polônio foi a causa da morte” de Arafat, sublinhou François Bochud. “Mas não o podemos excluir”, acrescentou, ao recordar que as recentes análises ocorrem quase nove anos após a morte do dirigente palestino.
Ao mesmo tempo, as autoridades israelenses voltaram a rejeitar qualquer envolvimento na morte de Arafat, um dia após a divulgação de um relatório médico suíço que reforça a tese do envenenamento com polônio. As causas da morte de Arafat, em 11 de novembro de 2004, no Hospital Militar Percy de Clamart - arredores de Paris - não foram elucidadas e numerosos palestinos mantém a suspeita de um envolvimento de Israel.