Associação critica proposta de edital para criação de vagas em cursos de medicina no Mais Médicos

12/09/2013 - 21h34

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) critica a proposta de abertura de edital para a oferta de vagas em cursos de medicina, medida adotada pelo governo como parte do Programa Mais Médicos. A entidade, que reúne grandes grupos educacionais, preocupa-se com a fixação de bons professores nos locais propostos pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo a vice-presidenta da Anup, Elizabeth Guedes,  “muita gente [representantes das universidades] foi procurada e não entrou [no programa]”. 

Em julho, foram publicadas duas portarias no Diário Oficial da União, que especificavam os critérios para a abertura de vagas de medicina no país no Mais Médicos. Serão priorizados municípios onde há necessidade de oferta de curso de medicina e que ofereçam estrutura para tal. O governo estima que, com o programa, serão abertas 7.832 novas matrículas em medicina nos institutos privados - a maior parte das cerca de 11 mil previstas.

Uma das portarias estabelece que os municípios deverão ter pelo menos cinco leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) por aluno, ter serviço de urgência e emergência e ter pelo menos três programas de residência médica nas especialidades prioritárias, que são clínica médica, cirurgia, ginecologia-obstetrícia, pediatria e medicina de família e comunidade. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, 60 municípios têm condições de abrir novas vagas.

“Por mais que sejam criadas universidades, qual médico vai dar aula? Não é à toa que os grandes centros reúnem as melhores faculdades de medicina, porque lá têm os melhores cirurgiões, os melhores clínicos,” disse Elizabeth. Quanto às instituições que representa, ela diz que o problema não é a falta de interesse. “Todo mundo quer vagas de medicina, mas aonde, em que condições?” As universidades, segundo ela, são responsáveis atualmente pela maior parte das vagas de medicina oferecidas pelas instituições privadas.

Segundo Elizabeth é necessário que haja incentivos. “Que garantias eu vou ter? Que aluno é esse? O que vai acontecer se eu não formar turma?” O ideal, segundo ela, é que sejam oferecidas facilidades como ajuda para implementar a biblioteca aos pontos, permitir que se vá contratando os professores a cada ano. “Isso é fomentar”, diz. O edital para a adesão das instituições de ensino superior ainda não foi lançado e não há previsão para tal.

Edição: Fábio Massalli

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