Ao se despedir do cargo, Patriota reitera que retirada de senador boliviano foi ação isolada

28/08/2013 - 12h58

Renata Giraldi e Danilo Macedo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Ao se despedir do cargo, o ex-ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota destacou que o Brasil buscou o caminho da solução negociada para a retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina. Patriota criticou o que chamou de “atuação independente de servidor” e pediu que situações como essa não voltem a ocorrer. O ex-chanceler referiu-se ao diplomata Eduardo Saboia, encarregado de Negócios na Bolívia (equivalente a embaixador temporário), que assumiu a responsabilidade pela saída de Molina do país.

“Nenhum assunto foi evitado pelo Ministério das Relações Exteriores, nem o do senador boliviano Roger Pinto Molina”, disse Patriota, na cerimônia de posse do novo chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado, no Palácio do Planalto. “[O assunto foi tratado no campo das] condições de asilo diplomático, sempre com respeito à soberania e sem deixar de buscar por meio de solução negociada e juridicamente sólida.”

O Itamaraty abriu sindicância para investigar a atuação de Saboia. Ele pode ser condenado com uma simples advertência (oral ou escrita) ou até com a exoneração da carreira.

A substituição de chanceleres foi definida anteontem (26) em meio à crise causada pela retirada do senador de oposição, abrigado por 455 dias na Embaixada do Brasil em La Paz (capital boliviana).

A saída do parlamentar foi organizada pelo diplomata Eduardo Saboia. Para setores do governo, como a decisão foi tomada aparentemente de forma pessoal, houve quebra de hierarquia.

Em sua despedida, Patriota elogiou o empenho de Dilma na erradicação da pobreza, no esforço para a distribuição da riqueza de “forma inclusiva” em um “ambiente de democracia, moralidade, com respeito aos direitos humanos e com a voz das ruas”. O ex-chanceler lembrou que a política externa foi construída com bases sólidas.

Antonio Patriota ficou dois anos e oito meses na função e será o representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (Estados Unidos). O cargo era ocupado pelo novo chanceler Figueiredo Machado.

Edição: Graça Adjuto

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