Fiesp e sindicalistas criticam novo aumento da Selic

28/08/2013 - 22h03

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) classificou como erro o novo aumento da taxa básica de juros (Selic). No quarto aumento consecutivo, de 0,5 ponto percentual, anunciado hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa subiu de 8,5% para 9% ao ano. “A economia brasileira está parando e, com essa medida, o Banco Central pode precipitar uma recessão, gerando desemprego e redução de renda. Isto tira ainda mais a competitividade do Brasil e o que já não estava bom pode ficar ainda pior. Há muito tempo pedimos mudanças na política econômica, na direção de maior controle de gastos e menos uso da taxa de juros”, disse por meio de nota o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) também criticou o aumento. Para o presidente da confederação, Carlos Cordeiro, a elevação não tem justificativa, uma vez que a inflação dá sinais de queda e a desvalorização do real é pontual. “Os argumentos do rentismo não se sustentam, pois o resultado é o mesmo: transferência de bilhões de recursos públicos para as instituições financeiras, que detém 25% da dívida pública, desestímulo ao crescimento, encarecimento do crédito e freio na geração de empregos e renda”, disse Cordeiro.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, fez a mesma avaliaçao. “Fica evidente a opção da equipe econômica do atual governo de continuar privilegiando os especuladores e deixando em segundo plano a produção e a geração de novos empregos. Elevar a taxa Selic só contribui para a redução de investimentos no setor produtivo, obrigando o governo a pagar mais juros para especuladores”, declarou.

A Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP) defendeu a necessidade de mais controle nos gastos públicos. “A entidade lembra que a alta do dólar é resultado da desconfiança de investidores em relação ao pagamento da dívida pública. A redução desses gastos resultaria em menor pressão sobre o dólar e, em consequência, menor pressão da inflação”.

 

Edição: Aécio Amado

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