Suspeitos dos ataques ao AfroReggae, Beira-Mar e Marcinho VP ficarão isolados em presídio

02/08/2013 - 21h20

Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Marcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, vão ficar em isolamento por dez dias, a partir da próxima segunda-feira (5). Os dois, que cumprem pena na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, são suspeitos de serem responsáveis pelos ataques à sede do AfroReggae, no Complexo do Alemão, nos dias 16 e 30 de julho.

A decisão de mantê-los isolados foi tomada pela direção do presídio ontem (1º), após mais um prédio da organização não governamental ter sido alvo de ataque no Complexo da Penha. Será apurado se há vinculação dos traficantes com os ataques, a partir de um diálogo entre a dupla gravado pela segurança da penitenciária, de acordo com o Ministério da Justiça.

Durante o isolamento, Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP apenas poderão receber a visita dos advogados, e ficarão sem o banho diário de sol. Os dois estão na Penitenciária de Catanduvas desde abril, quando o Ministério da Justiça fez uma espécie de rodízio de presos entre as cinco unidades federais espalhadas pelo país.

Em pouco mais de duas semanas, as sedes do AfroReggae nos complexos do Alemão e da Penha foram alvos de ataques de tiros. Na noite de quinta-feira (1º), as balas atingiram a fachada do prédio no Complexo da Penha, um dia depois de ter sido inaugurado, com as presenças do governador Sérgio Cabral, do prefeito Eduardo Paes e do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.

Um centro comunitário da organização no Alemão sofreu um incêndio, no dia 16 de julho. Na ocasião, o coordenador do AfroReggae, José Júnior, disse que o incêndio, que destruiu parcialmente dois de três pavimentos, foi criminoso. José Junior chegou a cogitar a suspensão das atividades do AfroReggae no Alemão.

Em vídeo no site do AfroReggae, José Junior disse que a reabertura do núcleo da Vila Cruzeiro incomodou bastante. "Teve muitos jovens, muitas crianças participando das atividades e acho que isso foi algo que ninguém esperava, principalmente os criminosos", disse.

José Junior também disse que, mesmo com as intimidações, a organização vai continuar com as atividades. "Também sabemos que tem vários moradores que estão sendo pressionados a não permitir que seus filhos participem das atividades do AfroReggae, que usem a camisa do AfroReggae. Mas é uma luta do bem contra o mal. E, se a gente agora fechar os núcleos do AfroReggae o mal prevaleceu", finalizou.

Edição: Carolina Pimentel

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