Paralisação de delegados paulistas tem adesão de 80% da categoria, diz associação

29/07/2013 - 14h06

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A paralisação de duas horas dos delegados paulistas, entre as 10h e as 12h de hoje (29), contou com a adesão de 80% da categoria, segundo informou da Associação dos Delegados de Polícia do estado de São Paulo (Adpesp). Segundo a presidenta da entidade, Marilda Pansionato Pinheiro, embora estejam cadastrados 3,4 mil delegados na ativa, atuam somente 3,2 mil. O movimento tem como objetivo reivindicar aumento de salários e também melhoria de infraestrutura.

"É a hora do basta. Com a paralisação, queremos conscientizar a sociedade. Estamos perdendo delegados por causa dos baixos salários e muitos deles estão buscando outras carreiras jurídicas ou migrando para outros estados", relatou a delegada. Ela informou que enquanto o delegado no Estado de São Paulo recebe, em média, R$ 5 mil, no restante do país, os vencimentos oscilam entre R$ 25 mil e R$ 28 mil reais.

Ainda de acordo com a presidenta, esses profissionais já convivem há 20 anos com o sucateamento do setor. "Falta papel higiênico. Os trabalhadores têm que levar o próprio computador para as suas tarefas. Todo esse quadro já é de conhecimento do governo. Estamos negociando há mais de dois meses", apontou. Ela explicou que, entre os principais impactos da paralisação do setor, está a interrupção das oitivas e do atendimento ao público.

A Agência Brasil esteve no 3º Distrito Policial (DP), na região central. O atendimento estava normal. De acordo com a assessoria da associação, nas delegacias a adesão à paralisação costuma ser menor.

Mais uma mobilização dos delegados está marcada para as 14h de hoje. Eles sairão em marcha da Galeria do Conjunto Cinerama, na Avenida Ipiranga, até a Procuradoria-Geral de Justiça. O ato é em repúdio ao episódio da prisão dos delegados do  Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), acusados de envolvimento com o tráfico.

A Secretaria de Segurança Pública foi procurada pela Agência Brasil para comentar a paralisação, mas até o momento não houve retorno.

 

Edição: José Romildo
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