Brasil tenta na Alemanha liderança em competição na área de educação profissional

30/06/2013 - 18h55

Gilberto Costa*
Correspondente da Agência Brasil/EBC

Lisboa – O Brasil tenta, a partir de terça-feira (2) em Leipzig (Leste da Alemanha), feito inédito na principal competição internacional de ensino profissional, a WorldSkills Competition 2013. Os 37 alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e quatro do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) querem o primeiro lugar para o Brasil na maratona de provas de habilidades técnicas e profissionais de que participam até domingo (7).

Na última edição do torneio (Londres, 2011) o Brasil ficou em segundo lugar, atrás da Coreia do Sul e empatado com a Alemanha e o Japão. Para este ano, é esperada a presença de mais de mil competidores de 53 países. Todos os participantes têm até 21 anos de idade e representam 46 ocupações, desde engenharia de produção até joalheria – veja os competidores brasileiros. Em 2015, a WorldSkills Competition será realizada em São Paulo.

Antes da participação na competição, o Senai anuncia nesta segunda-feira (1º) em Berlim, na Alemanha, a criação de 14 institutos de inovação industrial nos estados do Amazonas, da Bahia, do Ceará, de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, do Pará, Paraná, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e São Paulo.

O modelo de ensino se inspira na experiência do Instituto Fraunhofer, de formação profissional e pesquisa aplicada. A instituição  acolhe a metade dos alunos formados no ensino médio na Alemanha e proporciona formação em 350 ofícios, com aulas nas escolas de aprendizagem profissional e atividades nas empresas (sistema dual). Os aprendizes recebem salário das empresas e o Estado mantém as escolas.

A formação profissional na Alemanha é apontada como uma das razões para o país ter a menor taxa de desemprego entre jovens (abaixo dos 25 anos), em época de forte crise na União Europeia. No livro sobre a crise em Portugal, publicado no ano passado, o analista econômico Camilo Lourenço assinala que “o ensino dual é uma das principais explicações para a baixa taxa de desemprego jovem na Alemanha”.

Conforme o Eurostat, a taxa de desemprego entre os jovens alemães foi 7,5% em abril deste ano, contra 62,5% da Grécia, 56,4% da Espanha, 42,5% de Portugal e 40,5% da Itália.

Além de referência para o ensino profissionalizante, o Instituto Fraunhofer é um dos destinos possíveis dos alunos de pós-graduação do Programa Ciência Sem Fronteiras. Está aberto no instituto o edital com 250 bolsas de doutorado e pós-doutorado.

Além do interesse nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, o Brasil mantém forte relacionamento comercial com a Alemanha – principal parceiro na Europa e o quarto maior no mundo (atrás da China, dos Estados Unidos e da Argentina). Até maio deste ano, a corrente de comércio (exportações e importações) entre o Brasil e a Alemanha passa de US$ 1,8 bilhão (dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

*A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) cobrirá a WorldSkills Competition 2013 a convite da Confederação Nacional da Indústria.

Edição: Graça Adjuto

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