Presidente do Peru aguarda resposta de comissão para decidir sobre perdão a Fujimori

14/05/2013 - 9h46

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Pressionado pelos simpatizantes do ex-presidente Alberto Fujimori, o presidente do Peru, Ollanta Humala, evita se manifestar sobre a possibilidade de conceder indulto (perdão) ao ex-líder peruano, que cumpre prisão por crimes contra a humanidade. Uma comissão presidencial avalia se Fujimori merece receber o perdão, considerando que se recupera de um câncer na boca e está com 74 anos.

Humala diz que aguarda resposta da comissão para decidir sobre a situação de Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000. Com a concessão de indulto, o ex-presidente cumprirá a pena em prisão domiciliar. A última palavra é do presidente. Pela legislação peruana, não há prazos para a definição. A solicitação de indulto foi encaminhada pelos parentes do ex-presidente, em outubro de 2012.

Condenado a 25 anos de prisão, por crimes contra a humanidade e corrupção, Fujimori é apontado pelos parentes e advogados com um quadro de depressão. Integrantes da comissão, designada pelo presidente da República, voltarão a examiná-lo.

O defensor público Eduardo Veja e oito juristas e advogados de direitos humanos dizem que Fujimori só deve receber o indulto se for comprovada uma enfermidade grave ou terminal, um mal degenerativo e incurável ou uma situação que ponha em risco sua integridade física.

No final de março, uma junta de 12 médicos examinou o ex-presidente. No relatório, informam que Fujimori teve câncer de língua, mas não há evidências atuais da doença. Além disso, ele apresenta hipertensão controlada, doença vascular periférica, gastrite crônica, cisto no pâncreas, hérnia e problemas na coluna.

Os peritos disseram ainda que o ex-presidente sofre de depressão. No grupo, havia cinco psiquiatras. Os parentes e correligionários de Fujimori alegaram que ele precisa de acompanhamento médico e que, por isso, deveria cumprir a pena em casa. Eles pediram o direito a indulto humanitário que é definido pelo presidente da República.

*Com informações da agência pública de notícias de Cuba, Prensa Latina.

Edição: Talita Cavalcante