Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nos próximos dias, será definida no Peru a visita da junta médica para verificar se o ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), de 74 anos, deve receber o perdão presidencial e cumprir pena em casa. A família e aliados de Fujimori alegam que seu estado de saúde inspira cuidados, pois faz tratamento para combater um câncer de boca, e está em idade avançada. A decisão fica a cargo da ministra da Justiça, Eda Rivas.
A ministra disse que o tema não está entre as prioridades da Comissão de Perdões Presidenciais. Segundo ela, existem 4.549 pedidos de perdão e todos devem ser tratados da mesma maneira. "A questão do indulto a Fujimori é polêmico, mas a comissão não tem prioridades”, disse. Eda Rivas acrescentou que, a partir da análise da junta médica, serão feitas as recomendações.
Há cerca de três meses, o governo do Peru indicou não ter pressa para decidir se vai conceder o indulto a Fujimori. Em outubro, o primeiro-ministro peruano, Juan Jiménez, disse que não há prazos para definir o tema. Na ocasião, ele disse que o “governo do Peru tem muitos assuntos importantes a serem tratados".
O governo peruano recebeu vários pedidos de indulto encaminhados por diversos setores em favor de Fujimori. Todos os pedidos alegam que o estado de saúde do ex-presidente é grave. Fujimori cumpre pena de 25 anos de prisão por crimes de corrupção e contra a humanidade.
Ele é acusado também por um grupo de mulheres de esterilização forçada e sem consentimento, no período de 1996 a 2000, em diversas cidades peruanas, na região de Cuzco. Há indicações de que cerca de 300 mil mulheres tenham sido esterilizadas no período, por meio de ações do governo.
*Com informações da agência pública de notícias do Peru, Andina.
Edição: Talita Cavalcante