Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Às vésperas da conclusão da fase de consultas (busca de votos) para a eleição do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, intensificou, nesse fim de semana, os telefonemas e pedidos na tentativa de garantir a vitória do candidato brasileiro. O embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, disputa o cargo com o mexicano Herminio Blanco, de 62.
A expectativa é que na quarta-feira (8) ocorra a divulgação do resultado final. O novo diretor-geral da OMC tomará posse em 31 de agosto, substituindo o francês Pascal Lamy. Patriota concentrou os esforços sábado (4) e domingo em buscar apoio entre os europeus. Há informações de que entre os europeus há uma divisão entre Azevêdo e Blanco.
O governo brasileiro está empenhado na candidatura de Azevêdo. Diplomatas nos mais de 200 postos do Brasil no exterior passaram a buscar apoio em favor do embaixador e em defesa da plataforma dele, baseada na tentativa de encontrar posições conjuntas e utilizar os mecanismos para a solução de controvérsias.
As autoridades brasileiras evitaram, por exemplo, polemizar em relação às críticas – por parte dos franceses e britânicos – de que o Brasil é protecionista. Também não comentaram a reação do candidato derrotado nas eleições presidenciais da Venezuela, Henrique Capriles, às observações de Blanco que defende “muitas mudanças” na organização.
Na eleição da OMC, cada um dos 159 países que integram o órgão, vota no nome de sua preferência. A escolha é feita em três etapas. Inicialmente, havia nove nomes e todos os candidatos concorreram. Na segunda etapa, encerrada no dia 25, ficaram cinco candidatos. Nesta última fase são apenas dois na disputa.
Azevêdo e Blanco passaram os últimos dias em Genebra, na Suíça, onde fica a sede da OMC. Ambos intensificaram suas campanhas na semana passada e foram submetidos a sabatinas com representantes da União Europeia. O primeiro a ser questionado foi Blanco, depois Azevêdo. Cada um teve dez minutos para a apresentação e mais 50 para responder às perguntas.
Nos últimos dias, Azevêdo intensificou a campanha em busca de apoio nesta etapa final. Segundo assessores, o embaixador começa o dia antes das 8h e acaba depois das 23h. São reuniões, telefonemas e conversas que ocupam as manhãs, tardes e noites do diplomata. A decisão final da disputa era esperada para o dia 29 de maio.
Edição: Graça Adjuto
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