Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse hoje (6) que o seu governo defenderá o ex-presidente Álvaro Uribe, pelos "canais diplomáticos", das acusações do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Maduro declarou recentemente que Uribe se uniu à direita na Venezuela para planejar a sua morte.
"A dignidade dos ex-presidentes se defende melhor não com gritos ou insultos públicos, mas sim pelos canais diplomáticos correspondentes", postou Santos em sua conta no Twitter. Mais cedo, Uribe pediu ao governo colombiano que o defendesse das acusações de Maduro.
A chanceler colombiana, María Ángela Holguín, se reuniu hoje com o embaixador da Venezuela em Bogotá, Iván Guillermo Rincón, para tratar do assunto.
Na última sexta-feira (3), Nicolás Maduro chamou Uribe de "assassino" e o acusou de planejar a sua morte. "Uribe está por trás de um plano para me matar. Uribe é um assassino, já tenho elementos suficientes de que ele está conspirando. Há setores da direita venezuelana em comunicação com ele para isso", disse o presidente da Venezuela, em uma reunião em Caracas.
Álvaro Uribe fez várias críticas a Maduro durante o processo eleitoral e depois das eleições. Após a acusação, o ex-presidente colombiano respondeu em sua conta no Twitter que a vitória eleitoral de Maduro foi uma "fraude". "À imatura acusação da ditadura descabelada pela fraude e violência uma única resposta: que se repitam as eleições", disse Uribe.
As acusações de Maduro também foram criticadas por outro ex-presidente colombiano, Andrés Pastrana. Ontem (5), ele pediu que o governo da Colômbia saia em defesa de Uribe. "Deve romper o silêncio, porque já parece complacência, ante essa grave declaração", disse Pastrana.
O presidente Santos tem mantido boas relações com Nicolás Maduro, seguindo a mesma linha adotada com Hugo Chávez. O presidente morto em março era considerado "peça chave" para o país selar um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), cujas negociações estão ocorrendo em Cuba. Depois de eleito, Maduro também prometeu apoiar as negociações pela paz entre o governo colombiano e as Farc.
Edição: Aécio Amado
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