No poder há 23 anos, presidente do Sudão determina libertação de presos políticos

01/04/2013 - 13h52

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente do Sudão, Omar Al Bashir, de 69 anos, que está no poder há 23 e controla todas as instituições do país, ordenou hoje (1º) a libertação dos presos políticos sudaneses. Para especialistas, a ação é uma tentativa de aproximação com o Sudão do Sul e a busca pelo fim dos confrontos em áreas estratégicas do país, localizado na África. A decisão foi anunciada na cerimônia de abertura do ano legislativo. Bashir convidou os demais partidos para um diálogo nacional.

"Anunciamos hoje a decisão de libertar todos os prisioneiros políticos e renovamos o nosso compromisso, perante as outras forças políticas, a favor do diálogo", disse Bashir. "Confirmamos que vamos continuar a dialogar com todas as forças políticas e sociais, sem exceções, incluindo os que estão armados, com vistas a um diálogo nacional que trará uma solução para todas as questões."

Na semana passada, o vice-presidente Ali Osman Taha convidou rebeldes dos estados do Cordofão do Sul e do Nilo Azul para se unirem nas discussões sobre a nova Constituição sudanesa. Os oposicionistas estão na região de fronteira com o Sudão do Sul, que se desmembrou do Sudão. A tensão entre os dois países diminuiu desde que ambas as partes concordaram em reiniciar a exploração de petróleo, no início do ano.

A aliança dos partidos da oposição e de rebeldes do SPLM-N, grupo que domina o Norte do Sudão e lidera o Movimento Popular de Libertação do Sudão, rejeitaram o convite. A decisão do presidente ocorre no momento em que ele confirmou que vai deixar o cargo em 2015.

Bashir tomou o poder com um golpe militar em 30 de junho de 1989 e ganhou as eleições presidenciais em 2010, sob acusações de falsificação de resultados por parte dos partidos da oposição. Em julho de 2012, os sudaneses saíram às ruas para protestar contra a pobreza e pedir a queda do regime de Bashir. As manifestações foram reprimidas pelas autoridades.

*Com informações da BBC Brasil  e da agência pública de notícias de Portugal, Lusa


Edição: Denise Griesinger

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