Da Agência Brasil
Brasília – A manutenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e caminhões, anunciada até 31 de dezembro na noite de sábado (30), deve manter o comércio de carros aquecido, segundo expectativa de revendedores.
Segundo o gerente de vendas de uma revendedora de carros 0 quilômetro de Brasília, Pedro Sena, a expectativa é manter as vendas com a manutenção do IPI reduzido. “Estávamos com um certo receio de um aumento no imposto afetar as vendas em abril. A revendedora está com um estoque bom, ainda do preço antigo, e nossa preocupação era que houvesse algum impacto em caso de aumento do IPI. Mas já que vai ser mantida a redução, acredito que pelos menos possamos manter as vendas. Como o IPI iria subir a partir de hoje, o aumento de vendas não foi tão significativo quanto no mês anterior [fevereiro], mas atingimos a meta”.
Proprietário de uma revenda de carros seminovos, o comerciante Lúcio Mendonça diz que para esse ramo de negócios, a questão do IPI tem uma influência tardia, pois influencia primeiro no comércio de carros novos . “Depois é que se reflete no usado. No primeiro momento, quando há uma redução do IPI, é benéfico para o zero e ruim para o usado, que vai acabar perdendo o valor. Isso a gente só recupera no segundo momento, quando o mercado se estabiliza e tende a aquecer”.
Na avaliação do revendedor, o comércio está “em um mercado morno”, com o reflexo do primeiro momento da redução do imposto, principalmente nesta época do ano, período de férias em que as pessoas estão viajando. “O mercado vai começar a sentir reflexo a partir deste mês [abril], quando aguarda que as vendas voltem a aquecer. Se realmente o IPI continuar como está, será um ponto positivo para continuarmos um aumento nas vendas”.
Para um cliente que resolveu comprar seu carro hoje (1º), já sabendo da manutenção da redução do impos, a medida não teve qualquer influência. “Não vim comprar meu carro por conta da medida anunciada pelo ministro. A diferença com o IPI reduzido é mínima. Não influencia muito a parcela, que sempre fica salgada. Se você comprar um carro por R$ 17.000, acaba pagando o dobro com o financiamento. A prorrogação do IPI não encheu meus olhos", diz Alex Gomes.
Edição: Fábio Massalli
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