Mariana Jugnmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) vai entrar, na terça-feira (2), com representação contra o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Pastor Marco Feliciano (PSC-SC), por quebra de decoro parlamentar. O deputado do PPS vai acionar o Conselho de Ética da Casa para que investigue o uso irregular de verbas da cota parlamentar de Feliciano.
Jordy quer que sejam apuradas denúncias de que Feliciano utilizou funcionários de seu gabinete na Câmara para fazer a defesa dele em processos de homofobia na Justiça. O PPS pretende propor aos demais deputados que compõem a Comissão de Direitos Humanos da Câmara que façam uma renúncia coletiva, de modo que uma nova eleição para presidente precise ser convocada.
A representação é mais uma ação para tentar retirar o pastor da presidência da comissão, o que tem provocado intenso desgaste político da Câmara com os movimentos sociais ligados a direitos de negros, mulheres e homossexuais. Pastor Marco Feliciano é acusado de dar declarações racistas, sexistas e homofóbicas e, desde que assumiu a Comissão de Direitos Humanos, vem sendo alvo de diversos protestos. O último deles, ontem (27), culminou com a prisão de dois manifestantes.
Para Jordy, Feliciano mandou prender quem “exerce o direito de livre manifestação” e isso é incompatível com o cargo que ele exerce. “Não vamos inverter as coisas. Esse presidente deu declarações claramente homofóbicas e que caracterizam preconceito de raça. Isso não foi desmentido. Então se alguém chama ele de racista não pode ser preso por expressar sua opinião”, disse Jordy.
O deputado do PPS alega que a situação na comissão está “insustentável” e que os trabalhos estão “completamente parados” desde que o pastor assumiu a presidência. “Não se vota mais um requerimento, não se discute mais um projeto. Isso não pode continuar assim. A sociedade não elegeu deputados para isso. Ninguém aguenta mais esse tipo de coisa”, disse.
Edição: Fábio Massalli
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