Universidade de Lisboa promove festival de filmes sobre a Grande Depressão e a crise atual

11/02/2013 - 20h20

Gilberto Costa
Correspondente da EBC

Lisboa – A Universidade de Lisboa está exibindo o festival Duas Crises em Confronto, com filmes sobre os efeitos da Grande Depressão (1929) e da atual crise econômica que afeta os países desenvolvidos, especialmente os do sul da Europa, como Portugal. A mostra começou no dia 31 de janeiro e vai até 16 de maio. Entre os filmes em cartaz estão clássicos como as Vinhas da Ira, de John Ford, e contemporâneos como o documentário Capitalismo – Uma História de Amor, de Michael Moore.

A Grande Depressão é tida como a maior crise econômica da história do capitalismo e teve como epicentro os Estados Unidos¸ onde se verificou desde 1929 a quebra de empresas causada por superprodução, redução da atividade industrial e do produto interno bruto, desemprego em massa e desvalorização drástica no preço das ações das companhias na Bolsa de Valores de Nova York.

A atual crise econômica tem sua origem no sistema bancário; abalado especificamente por problemas de superendividamento (de governos, empresas e famílias), liberação de financiamentos sem lastro para garantia de pagamento, inadimplência geral e quebra de confiança (tudo agravado pela especulação financeira).

“A crise de 1930 resultou na quebra de confiança econômica e financeira, o que tem a ver com a crise de 2008”; compara o cineasta português Lauro António¸ coordenador do festival. Segundo disse na abertura do festival, nos dois episódios “os grandes causadores foram os bancos e os especuladores; depois, a sociedade que pagou”.

Lauro António escolheu 16 filmes americanos para o festival. Segundo ele, a principal economia do mundo é capaz de “grandes desastres e também grandes virtudes, uma delas as artes”, disse elogiando a consciência crítica da produção cinematográfica norte-americana.

Para António, o festival pode ajudar na reflexão sobre as saídas encontradas para a crise de 1929; quando o New Deal [novo contrato] “foi um apelo aos americanos para de uma forma solidária superarem a crise”. Segundo o cineasta, o “Estado social surgiu como resposta à Grande Depressão”, ao adotar medidas como a criação de subsídios para a população pobre e o estabelecimento do salário mínimo.

Edição: Tereza Barbosa

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