Eleitores vão às urnas em Israel para escolha do novo Parlamento

22/01/2013 - 6h46

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Aproximadamente 5,6 milhões de eleitores de Israel escolhem hoje (22) os 120 integrantes do Parlamento (Knesset), cujo mandato é de quatro anos. As eleições foram antecipadas, pois estavam previstas para outubro de 2013. O sistema político no país é o parlamentarista. Tradicionalmente, o primeiro-ministro israelense é escolhido a partir da maioria do Parlamento. O presidente israelense é Shimon Perez e o primeiro-ministro Benjamin Natayahu.

Os resultados das eleições serão divulgados apenas amanhã (23). O principal tema em discussão é a paz com os palestinos, cujo fim do impasse ficou distante com a aceleração de assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Mas, na campanha eleitoral, as discussões foram dominadas pela possível reação nuclear por parte do Irã contra Israel. O temor em relação ao programa nuclear iraniano ocupou a maior parte das discussões.
 
Após a divulgação oficial dos resultados das eleições, o presidente da República estabelece prazo de uma semana para a formação do novo governo. A recomendação é a busca por uma coligação majoritária em um período até 28 dias - que pode ser prolongado em mais duas semanas.

As últimas pesquisas de opinião indicam a vitória da aliança liderada pelo Likud, partido mais à direita, comandado por Netanyahu, e o partido nacionalista laico Israel-Beitenu, de Avigdor Lieberman. Não terão direito a votar no nome do primeiro-ministro os partidos que obtiverem menos de 2% dos votos.

Há em Israel atualmente 32 partidos políticos que concorrem às eleições. O pleito para o Knesset é baseado em um voto para um partido e não para os indivíduos. O Parlamento israelense é composto por integrantes das comunidades ultra-ortodoxa, muçulmana, árabe, imigrantes como etíopes e russos, judeus, mulheres, cristãos, drusos, entre outros.

Apesar de o mandato ser de quatro anos, o Parlamento pode ser dissolvido dependendo das circunstâncias, como a não aprovação do orçamento no período de três meses após o início do exercício. As negociações pós-eleitorais geram instabilidade em Israel. Nos últimos anos, apenas seis dos 18 parlamentos chegaram ao fim da legislatura de quatro anos.
 
Em Israel, o voto é facultativo para quem tem mais de 18 anos e são cidadãos do país. O dia hoje é feriado no país.  O transporte público é gratuito para os eleitores que estão fora dos seus distritos eleitorais neste dia.Israelenses de todas as etnias e crenças religiosas, incluindo os árabe-israelenses, participam ativamente do processo.
 
A população de Israel é de cerca 8 milhões de habitantes, dos quais uma parte é formada por palestinos que vivem na região da Cisjordânia – cuja área é tema de disputa com os iarelenses. Nos últimos anos, o número de colonos judeus nos territórios palestinos aumentou em 4%, registrando 350 mil na Cisjordânia e 200 mil em Jerusalém Oriental.

A política de ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental é defendida pelo atual governo israelense. O Brasil e vários governos condenam a iniciativa. Os palestinos reagem, pois essas áreas são consideradas por eles como território da Palestina.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

Edição: Graça Adjuto