Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) até abril de 2013, o Paraguai informou que vai insistir no fim das sanções impostas ao país. O ministro das Relações Exteriores paraguaio, José Fernández Estigarribia, disse ontem (10) que o governo atua para tentar revogar a suspensão e que os blocos reconheçam que a medida foi um erro. Na semana passada, o Mercosul reiterou a suspensão.
"O próprio Antonio Patriota [ministro das Relações Exteriores do Brasil], descreveu o que ocorre como uma 'bagunça jurídica'. Estamos abertos ao diálogo e à busca de soluções. Nós temos uma ideia de como isso poderia ocorrer, mas passa necessariamente pelo reconhecimento dos países [do Mercosul e da Unasul] de que foi cometido um erro em relação ao Paraguai", disse o chanceler.
O Paraguai foi suspenso do Mercosul e da Unasul em junho, após a destituição do então presidente Fernando Lugo do poder. Para os presidentes sul-americanos, a forma como ocorreu o processo envolvendo Lugo foi de rompimento da ordem democrática. As autoridades paraguaias negam irregularidades.
"O país não vai ceder em sua dignidade e as soluções deverão partir do próprio Mercosul, que vive um momento de paralisia. Países da Europa e o Canadá se disseram preocupados com a situação definida [pelos sul-americanos em relação ao Paraguai]”, ressaltou o chanceler. Estigarribia negou que, no momento, o governo do Paraguai estude a possibilidade de recorrer ao Tribunal de Haia contra a suspensão do país do Mercosul e da Unasul. "Fazemos uma resistência todos os dias. Não aceitamos essas medidas arbitrárias, mas seguimos em frente com o nosso processo democrático, que termina nas eleições [em 21 de abril de 2013] e terá sua fase final com a entrega do poder em 15 de agosto de 2013. Nesse sentido, o Paraguai dá um exemplo para muitos países do mundo ", disse o chanceler.
*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay.
Edição: Graça Adjuto