Desembolsos do BNDES caem 2%, porém expectativa é de crescimento no ano

06/09/2012 - 16h38

Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O volume de empréstimos e investimentos liberados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve queda de 2% nos primeiros sete meses do ano em comparação ao mesmo período do ano passado, passando de R$ 69,3 bilhões para R$ 67,9 bilhões. O banco manteve, no entanto, a expectativa de crescimento do desembolso anual em cerca de R$ 10 bilhões  – que deve saltar de R$ 139 bilhões, em 2011, para aproximadamente R$ 150 bilhões, em 2012.

“Os primeiros indícios estão apontando para uma retomada do crescimento no segundo semestre”, disse hoje (6) o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Segundo ele, está ocorrendo uma retomada da demanda por bens de capital, o que pode puxar os investimentos e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), apesar do cenário internacional pouco favorável.

“Na medida em que nesse primeiro semestre do ano de 2012 que teve uma desaceleração mais marcante da economia mundial, é natural que a demanda por exportações brasileiras tenha caído, porque todo o resto do mercado esfriou um pouco. Esse esfriamento do mercado internacional se refletiu na nossa exportação. Por outro lado, o nosso mercado interno segurou o crescimento”, explicou.

A expectativa de melhora nos desembolsos no segundo semestre é sustentada, segundo Coutinho, por avanços nas consultas, enquadramentos e aprovações por novos financiamentos (os três estágios anteriores à liberação de recursos para empresas) em relação a igual período de 2011. Houve alta de 34% nas consultas por empréstimos, 22% no enquadramento e 2% nas aprovações.

“Saímos do fundo do poço. O desembolso ainda está empatado, com ligeira queda. Nós esperamos que ela vá zerar [queda] ou virar positiva com o resultado de agosto”, comentou Coutinho.

O presidente apontou o esforço do banco e do Conselho Monetário Nacional (CMN) no sentido de aumentar os investimentos nacionais, com ênfase na emissão de debêntures (títulos de investimento de médio e longo prazo) e na queda das taxas de juros nos empréstimos por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

“Estamos confiantes de que estas medidas propiciarão a retomada do crescimento. Ao longo de 2013 e 2014, todas as iniciativas de suporte abrirão uma avenida para a recuperação e o aumento dos investimentos”, disse Coutinho. Atualmente, a taxa de investimento no país responde por cerca de 18% do PIB. O BNDES trabalha com um cenário ideal de 20%.

Edição: Carolina Pimentel