Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Associação de Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Asduerj) anunciou hoje (31) que fará uma manifestação contra o que chamou de “repressão e a truculência do Estado”. O protesto está marcado para a próxima segunda-feira (3), às 18h, na entrada principal do campus da universidade, no Maracanã, zona norte do Rio.
A Asduerj fará o protesto em referência ao confronto ocorrido no dia último dia 23, quando o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) usou bombas de efeito moral para dispersar um grupo de professores, alunos e servidores que faziam passeata nas ruas do bairro. De acordo com a associação, a PM invadiu o campus. Segundo a PM, os estudantes depredaram um caixa eletrônico.
Ontem (30), representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio de Janeiro (OAB-RJ), da Assembleia Legislativa (Alerj) e do Grupo Tortura Nunca Mais prestaram solidariedade aos estudantes envolvidos no confronto, em evento no campus.
Segundo a Asduerj, uma nota de repúdio contra a ação policial, que afirma a legitimidade da greve e a necessidade de abertura de negociações por parte do governo, conta com mais de 1.700 assinaturas.
Em ofício do dia 24, endereçado ao Comando Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves de Castro, lembrou que, apesar de ser aberta à comunidade, a universidade tem autonomia e não é um espaço público. Portanto, a entrada da polícia no campus só pode ser feita quando solicitada pelo reitor ou vice-reitor da instituição, o que não ocorreu na ocasião.
A assessoria de imprensa da polícia informou que, até a tarde de hoje (31), a corporação não havia recebido o ofício.
Os professores da Uerj estão em greve desde o dia 11 de junho. A categoria reivindica reajuste de 22%, referente a perdas salariais dos últimos seis anos. Na segunda-feira, eles se reúnem em assembleia-geral para decidir os rumos do movimento, às 14h.
Edição: Lana Cristina