Paulo Preto classifica de loucas e caluniosas denúncias contra ele

29/08/2012 - 14h27

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, estatal rodoviária do governo de São Paulo, qualificou hoje (29) todas as denúncias contra ele de loucas e caluniosas. Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, Paulo Preto, como é conhecido, disse que pediu a Deus para ser convocado e poder se defender das acusações.

Apontado como responsável por contatos entre a estatal paulista e a empresa Delta Construções, Paulo Souza admitiu conhecer o ex-dono da empreiteira Fernando Cavendish, mas negou que tenha praticado qualquer irregularidade em mais de 20 anos ocupando cargos públicos.

Ele disse que tratou de questões ligadas à Delta com André Ferreira Machado, gestor da empreiteira, e duas vezes com Cavendish. “Uma para ele se apresentar e outra para dizer que cumpriria um contrato e cumpriu”, explicou Souza.

De acordo com Paulo Souza, a Delta participou de todas as licitações referentes à obra da Marginal Tietê e ganhou apenas uma. “A única obra que a Delta tem na Dersa é a obra da marginal, que representa 1,9% dos valores licitados. Todas as demais, ela perdeu por preço maior. Isso é diferente de tudo que ouvi até hoje”, frisou o engenheiro.

“Ouvi que a Delta faturou R$ 800 milhões [em contratos com a Dersa], que mergulhava o preço, mas em São Paulo não foi isso”, acrescentou o ex-diretor da estatal paulista.

Acusado de ser operador de um suposto caixa 2 do PSDB em São Paulo, Souza informou à CPMI que move 16 ações na Justiça contra as pessoas que o acusaram. Segundo ele, em cinco processos já ganhou em primeira e segunda instâncias.

“Atribuo [as acusações] à má-fé, injúria e ingratidão. Recebi [as denúncias] de pessoas que nunca me viram e nunca me cumprimentaram. Restava-me um clamor. O Senado e a Câmara estão dando o direito a um líder ferido de comprovar e entregar todos os documentos do que eu falar. Pedi a Deus para ser convocado para esta CPI. Fui demitido oito dias após entregar as três maiores obras do país, feitas em 34 meses”, disse Souza.

Como compareceu à CPMI sem habeas corpus, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), deu prioridade ao depoimento de Paulo Souza. Ainda está marcado para hoje, a oitiva de ex-dono da Delta Fernando Cavendish, que ingressou na Justiça e conseguiu habeas corpus. O mesmo procedimento foi adotado ontem (29), quando foram ouvidos o ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot, que não tinha habeas corpus, e depois o empresário Adir Assad.

Edição: Talita Cavalcante