Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot disse há pouco, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Cachoeira, que nunca esteve com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, nem o conhece pessoalmente.
Pagot compareceu à CPMI desacompanhado de advogado e sem habeas corpus e negou qualquer favorecimento a empresas, empreiteiras ou prestadores de serviço. “Os senhores estão diante de um fazedor, um trabalhador leal aos seus pares, cumpridor das suas obrigações e preocupado com o bem estar do próximo”, disse ele no início de sua fala.
Pagot, exonerado do Dnit em meio a denúncias de corrupção no órgão, disse não renegar sua gestão no comando do órgão e poderia prestar esclarecimentos, inclusive, em uma eventual CPI do Dnit. “Tinha esperança de haver uma CPI do Dnit para passar a limpo a autarquia, principalmente a gestão de que participei. O momento de minha saída, sem qualquer possibilidade de defesa, sobre o prisma de absoluto isolamento, minha presença à frente do Dnit não era necessária, deixei a autarquia sem ter medo do passado e sem negar a minha gestão.”
Perguntado pelo relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), por que integrantes da organização criminosa comemoraram sua demissão do cargo, Pagot disse que não dava “vida boa” a empresas com contrato com o Dnit. “Acredito que era pela atuação que vinha tendo no Dnit. Não dava vida boa a nenhuma empresa, empreiteira, nenhum prestador de serviço”, disse.
Sobre a Delta, Pagot disse que esteve em algumas ocasiões com o ex-dono da empresa Fernando Cavendish e o representante da empreiteira no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, apontado pela Polícia Federal como um dos integrantes da quadrilha de Cachoeira.
Edição: Talita Cavalcante