Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um grupo de ex-militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) promoveu hoje (28) um ato para lembrar os 33 anos da anistia concedida em 1979 a presos, perseguidos e pessoas banidas do país por motivos políticos, durante a ditadura militar.
Os organizadores colocaram 375 cruzes na Praça Arariboia, em Niterói, região metropolitana do Rio. As cruzes representavam cada um dos mortos e desaparecidos, a partir de 1964. Os ex-militantes distribuíram carta à população com o nome das vítimas da ditadura.
Edgard Folly, ex-militante do PCB, acredita que a luta dos brasileiros que deram suas vidas pela liberdade deve ser lembrada. De acordo com Folly, a sociedade deve estar sempre organizada para evitar que figuras políticas com traços ditatoriais sejam eleitas.
Para quem aguarda há muitos anos por uma resposta do paradeiro de um parente desaparecido, a dor se mistura com a revolta de não poder sepultar com dignidade quem militou em favor da democracia no país. Esse é o sentimento de Cristina Capistrano, filha do jornalista e ex-deputado estadual por Pernambuco David Capistrano, preso pelo regime militar na década de 70.
“No caso dos desaparecidos políticos, nós queremos saber quem decretou que eles deveriam ser mortos. O que mais me incomoda é a falta de investigação, nós batemos na porta da Justiça por quase 40 anos e isso nós não obtivemos”, ressaltou.
Edição: Beto Coura