Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Três meses após a implantação do projeto Fábrica Verde na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, cerca de 120 alunos da primeira turma de montagem e manutenção de computadores celebraram hoje (17) a formatura do curso. Criado pela secretaria estadual do Ambiente, o programa permite que alunos aprendam a transformar computadores inutilizados em novas máquinas. Os equipamentos reciclados são doados a telecentros comunitários.
O curso de reciclagem do projeto da Fábrica Verde tem duração de três meses. Durante esse período, os alunos frequentam aulas de informática, internet, cidadania, empreendedorismo, educação ambiental e reciclagem e, como incentivo, cada um recebe uma bolsa no valor de R$ 120. Aqueles que se destacam pelo bom desempenho tornam-se monitores e passam a ganhar R$ 600.
A superintendente de Território e Cidadania da secretaria do Ambiente, Ingrid Gerolimich, explicou que o objetivo do programa é fazer com que os jovens aprendam uma nova profissão, além de possibilitar que saiam do curso conscientizados sobre a importância de se preservar o meio ambiente.
Atualmente, existem unidades da Fábrica Verde na Rocinha e no Complexo do Alemão, esta na zona norte do município, mas a secretária antecipou que, em função da grande procura de alunos, o órgão vai implantar, em dois meses, uma terceira unidade do projeto, no Complexo da Tijuca, também na zona norte.
De acordo com Ingrid Gerolimich, muitos alunos participam do projeto pensando em ganhar a bolsa-auxílio com o intuito de aumentar a renda familiar. No entanto, no decorrer do curso, tomam interesse pelas aulas e optam por seguir a profissão. "Eles realmente saem de lá com essa formação mais completa e pensando diferente. Muitos alunos hoje querem cursar informática. Isso mostra que o projeto realmente vai expandindo o horizonte desses jovens", ressaltou.
O auxiliar administrativo Reinaldo Albuquerque de Melo, de 48 anos, pai de uma aluna formada hoje, disse que, com ensino adquirido durante as aulas, sua filha já consertou e montou computadores da família. Albuquerque acredita que o projeto foi aprovado pelos moradores da Rocinha e, por isso, deveria ser expandido para outras comunidades.
"A comunidade com certeza apoia, porque, além da finalidade de tentar profissionalizar o jovem, eles [os técnicos] têm o objetivo de explicar aos participantes sobre cuidado com o lixo. O aluno aprende e quando chega em casa transfere esse aprendizado, já que é uma coisa que às vezes passa de forma despercebida, principalmente pelos pais", lembrou.
O estudante do terceiro ano do ensino médio Aírton dos Santos, de 19 anos, que também se formou hoje, já pensa em seguir na profissão. "Com esse curso, eu já estou trabalhando como monitor do projeto e espero seguir na área de informática. Quero fazer uma faculdade referente à profissão", completou.
Para participar do curso, é necessário ter idade mínima de 16 anos e estar cursando o ensino médio. Para doar computadores e peças, pessoas físicas ou jurídicas podem entrar em contato com uma das unidades pelos e-mails fabricaverde1@gmail.com e fabricaverde2@gmail.com.
Edição: Davi Oliveira
