Da Agência Brasil
Brasília – A operação-padrão feita hoje (16) por policiais federais provocou transtornos e longas filas no embarque de passageiros no Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek. A revista minuciosa das bagagens é o que provoca as filas. A operação teve início às 15 horas e deve se estender até o fim da noite. Amanhã (17) de manhã, a categoria decide se dará continuidade à operação.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal (Sindipol/DF), Jonas Leal, a operação de hoje é o que deveria ser feito todos os dias nos aeroportos brasileiros. “Todas as bagagens passarão pelo raio X e, se necessário, vamos pedir para abrir as malas e fazer a averiguação do conteúdo.”
De acordo com Leal, 200 seria o número ideal de policiais para o trabalho no aeroporto, que hoje é feito por apenas quatro. “Aqui há 30 funcionário terceirizados que têm acesso às informações do passageiro. É uma situação inaceitável." Leal contou que houve um caso, em São Paulo, em que um funcionário terceirizado retinha o passaporte de um viajante e extorquia dinheiro dele para devolver o documento.
Ele reitera a necessidade de a Polícia Federal ocupar tais cargos. “São postos que têm de ser operados por policiais federais treinados e passíveis de punição”.
O sindicalista informou que cerca de 300 policiais participavam da mobilização de hoje e que a preocupação de todos era causar o mínimo de prejuízo para a sociedade. Alguns dos policiais distribuíram bombons entre os passageiros. Entre eles estavam o deputado Odair Cunha (PT-MG) e o governador da Bahia, Jaques Wagner.
Às 16h30, a fila para embarque de passageiros tomava o salão principal do aeroporto. A estudante Gabriela disse que apoia as reivindicações dos policiais, mas com ressalvas. “Acho operações de revista como esta deveriam ocorrer todos os dias, porém, fazer com que as pessoas percam horas na fila não é certo. A revista deveria ser mais ágil e com maior número de aparelhos de raio X.”
Indignado, o advogado Eduardo Coutinho reclamava na fila de embarque. “É um absurdo o que fazem no Brasil. Essas categorias nunca pensam no bem-estar do trabalhador. Tem mais de 30 minutos que estou nesta fila e ainda estou longe da entrada. Se eu perder o voo, com certeza não vou ser reembolsado.”
Na área do desembarque internacional, porém, os passageiros que chegavam diziam que a situação era de normalidade. “Estava tudo normal. Só tivemos que passar a mala pelo raio X e fazer as declarações”, contou a estudante Rafaela Martins.
A greve dos policiais federais começou no dia 8 deste mês. A categoria reivindica a recomposição dos salários e a saída atual diretor-geral da corporação, Leandro Daiello.
Edição: Nádia Franco