Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Policiais federais, em greve há nove dias, fazem, desde o final da tarde desta quinta-feira (16), a terceira operação-padrão em menos de duas semanas no Aeroporto Internacional do Galeão - Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, com objetivo de mostrar para os passageiros a importância do trabalho dos agentes federais. A ação, que ocorre no Terminal I, onde passageiros embarcam em voos internacionais, pode causas filas e atrasos nas 27 decolagens previstas até a meia-noite de hoje.
No decorrer da operação, os agentes fazem uma minuciosa inspeção nas bagagens de passageiros, além de vistoria pessoal. Durante a ação, cerca de 40 pessoas, entre elas agente e funcionários administrativos da Polícia Federal, compareceram ao aeroporto. Eles seguravam faixas e cartazes com palavras de ordem.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio de Janeiro, Telmo Correa, esse tipo de fiscalização deveria ocorrer todos os dias em todos os aeroportos. Segundo ele, apenas não ocorre devido ao pequeno número de agentes federais que atuam, em média, por terminal.
“O desconforto para o passageiro é para maior segurança dele mesmo. Essa atividade de operação-padrão é o que deveria ocorrer todos os dias, mas não ocorre por causa do baixo efetivo”, disse.
Já no setor de entrega e emissão de passaportes, no aeroporto do Galeão, o atendimento nesta quinta-feira (16) está normal apenas para a entrega do documento. Segundo Correa, a partir da próxima segunda-feira (20), a entrega volta a ser suspensa até que ocorra uma nova reunião com o Ministério do Planejamento. Os demais postos localizados nos shoppings Rio Sul, Leblon e Via Parque, todos na zona sul carioca, estão parados também para a entrega de passaporte.
O presidente do sindicato disse que a emissão de passaportes somente está ocorrendo em casos considerados emergenciais, como doença grave na família comprovada por atestado médico ou compromisso de trabalho, mediante apresentação de declaração.
Segundo Correa, entre as reivindicações da categoria estão a reestruturação da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas, reajuste salarial e a criação de uma norma oficial, definindo a área de atuação dos três cargos, além de aumento salarial. Os policiais federais pedem ainda que o governo reconheça as atribuições de nível superior e que elas sejam pagas. Essas atribuições representam um percentual de cerca de 50 % no valor da remuneração.
De acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), na próxima terça-feira (21) está previsto uma nova reunião com o governo federal, na qual será apresentada uma nova proposta à categoria. No dia seguinte, representantes da categoria realizam uma nova assembleia para discutir se aceitam ou não a proposta do governo.
Procurada, a direção geral do Departamento da Polícia Federal, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o órgão não está se pronunciando sobre a paralisação dos agentes. Entretanto, destacou que a responsabilidade por qualquer dano ou eventuais problemas decorrentes da greve é das coordenadorias de serviços no âmbito estadual, bem como, garantir que um mínimo de 30% do efetivo trabalhe durante o movimento grevista.
Edição: Fábio Massalli