Defesa de Valdemar Costa Neto deve confirmar que ele recebeu dinheiro do mensalão mas sem saber de origem ilícita

10/08/2012 - 17h27

Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa começa neste momento a sustentação oral em defesa do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) no sétimo dia de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).

O parlamentar responde pelos crimes formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente nacional do PL (atual PR) é acusado de receber dinheiro ilegal para apoiar votações importantes do governo, além de montar esquema para dissimular o recebimento das verbas.

A defesa de Costa Neto deve confirmar que o parlamentar recebeu o dinheiro, mas que desconhecia a origem ilícita. O argumento de seu defensor é que o PL já tinha alinhamento com o governo por ser a mesma legenda do então vice-presidente José Alencar, e que a verba recebida seria usada para quitar despesas da campanha eleitoral de 2002.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirma, na denúncia, que Valdemar Costa Neto recebeu, nos anos de 2003 e 2004, a quantia de R$ 8,8 milhões para votar a favor de matérias de interesse do governo federal.

Em 2005, Valdemar Costa Neto renunciou ao mandato de deputado federal, ao admitir que recebeu recursos do publicitário Marcos Valério. Ele voltou à Câmara dos Deputados, com a reeleição em 2006 e 2010 e, hoje, é secretário-geral do PR.

Edição: Lana Cristina