Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O jornalista Luiz Carlos Bordoni disse hoje (27) que aceita participar de acareações com o governador Marconi Perillo e com todos as pessoas ligadas a ele que não aceitaram prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) propôs, então, que o jornalista ficasse frente a frente com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal por suspeita de chefiar um esquema de jogos ilegais.
Bordoni aceitou ser acareado com Cachoeira e disse que participaria também de acareação com o presidente da Agência de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, e com Lúcio Fiúza Gouthier, ex-assessor de Perillo.
A deputada Íris de Araújo (PMDB-GO) informou que apresentará à presidência da CPMI os requerimentos para que as acareações sejam realizadas.
No depoimento prestado hoje, o jornalista disse que o governador Marconi Perillo mentiu à CPMI no último dia 12, quando foi ouvido pelos parlamentares, e confirmou ter recebido dinheiro de duas empresas investigadas por irregularidades, a Alberto e Pantoja e a Adécio e Rafael.
Segundo ele, o número da conta bancária de sua filha, Bruna Bordoni, foi passado a uma das empresas pelo assessor de Perillo, Lúcio Fiúza Gouthier. "O pagador de contas de Marconi Perillo, Lúcio Fiúza Gouthier, passou o número da conta da minha filha para uma quadrilha e envolveu o nosso nome nessa investigação”, afirmou Bordoni.
De acordo com o jornalista, cabia à ex-chefe de gabinete de Perillo Eliane Pinheiro fazer contato com Carlinhos Cachoeira. Eliane compareceu à comissão hoje para prestar depoimento, mas, amparada por habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, decidiu ficar em silêncio e foi dispensada. "Eliane era a pessoa que tinha contato direto com Cachoeira. Ela viajou para os Estados Unidos com despesas pagas por ele. Todos sabiam que Eliane representava Cachoeira no governo, com radinho na mão”, disse Bordoni, referindo-se ao celular via rádio fornecido por Cachoeira a pessoas suspeitas de integrarem a organização.
Bordoni também confirmou que sua filha chegou a ser contratada para trabalhar no gabinete do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), também investigado no esquema de Cachoeira. O jornalista informou que Bruna não chegou a assumir o cargo porque teve problemas sérios de saúde.
O jornalista disse ainda que já fez campanha para Demóstenes Torres e que não sabia do envolvimento do senador com Cachoeira. "Fui pego de supresa."
Edição: Nádia Franco