Da Agência Brasil
Brasília – Com rostos pintados, empunhando bandeiras e cartazes e proferindo gritos de guerra, estudantes dos ensinos superior, técnico e médio de todo Brasil participaram hoje (26) de manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para reivindicar a melhoria da estrutura das instituições públicas de ensino, uma melhor remuneração para os professores e demais funcionários do sistema educacional, a construção e reforma dos restaurantes universitários, além da instalação e instituição de creches, moradias, bolsas e outras formas de auxílio para garantir a permanência dos alunos e a qualidade nas instituições de ensino superior.
O movimento foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE),União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).
Depois de marchar na Esplanada dos Ministérios, os estudantes pararam em frente ao Ministério da Educação (MEC), onde foram recebidos pelo ministro Aloizio Mercadante. Depois disso, eles foram ao Senado Federal, para acompanhar a votação do Plano Nacional de Educação (PNE). Os estudantes defendem que pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) sejam investidos na área.
Integrante do protesto, o estudante de engenharia eletrônica da Universidade de Brasília (UnB), Didan Ribeiro, 19 anos, disse que as mudanças na educação são fruto dos movimentos estudantis. “Para um país que é a sexta maior economia do mundo, destinar apenas 4% do PIB para a educação é muito pouco. O movimento estudantil já conseguiu melhorias na educação por meio do ProUni, Reuni, Sisu e Pronatec [Programa Universidade para Todos, Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, Sistema de Seleção Unificada e Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego] , mas ainda não é suficiente. Esses sistemas têm que ser melhorados e muito mais deve ser feito pela educação. O estudo hoje é caro, por isso, a educação não avança se não tiver movimentos sociais que lutem por ela”, contou.
Didan Ribeiro defende ainda a democratização do acesso ao ensino superior. “Deveria haver outras formas de ingresso às universidades federais que não só o vestibular. Além disso, deveriam ser criadas mais vagas para os institutos federais de educação técnica e ser barateado o Fies [Financiamento Estudantil]. Todas as classes devem ter acesso ao ensino superior, mas que essa expansão seja feita com qualidade. A qualidade do ensino é tão importante quanto o acesso a ele”, completou.
Para as estudantes de psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Luana Rodrigues, 19 anos, e Ana Flávia Zago, 20 anos, a manifestação foi uma forma de apresentar os problemas enfrentados pelos estudantes. “Não dava para ficar parado, queremos melhorar a educação. Na nossa universidade, falta professor e tem cursos correndo o risco de fechar. Não tem um boa infraestrutura e não tem restaurante universitário”, queixaram-se.
A presidente da Ubes no Rio de Janeiro, Mel Gomes, 23 anos, defende outras melhorias. “Além dos 10% do PIB, lutamos pela melhoria da infraestrutura das escolas e universidades públicas do país, a valorização dos professores e demais funcionários dessas instituições, além do acesso e democratização do ensino superior. Defendemos também que 50% do que for explorado no pré-sal seja revertido para a educação e a ampliação do número de vagas dos cursos técnicos para a rede pública”, contou.
A UNE apoia o movimento grevista dos professores e funcionários das universidades federais. Os docentes entraram em greve no dia 17 de maio. Estão parados servidores de 56 instituições federais, entre centros técnicos e universidades.
Edição: Lana Cristina