Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O emissário especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, conversou hoje (29) com o presidente sírio, Bashar Al Assad, na tentativa de garantir a execução do plano de paz traçado para o país. Antes, Annan esteve com o vice-ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faisal Migdad. As reuniões ocorrem no momento em que a Síria é alvo de críticas devido ao massacre de 108 pessoas, inclusive 32 crianças, no centro do país.
Não há informações sobre o resultado da reunião de Annan com Assad. Mas o vice-ministro informou que o governo respeitou o cessar-fogo, negociado por Annan em 12 de abril, e se houve transgressões foram de "outra parte”, indicando responsabilidades da oposição.
É a segunda visita de Annan à Síria desde o início de sua missão, há três meses. Ele chegou a Damasco ontem (28), um dia depois de o Conselho de Segurança da ONU ter condenado o governo sírio por utilizar artilharia no massacre de 108 pessoas, na cidade de Houla.
O plano de paz apresentado por Annan tem por base um cessar-fogo, iniciado em 12 de abril. Porém, o plano não foi respeitado nem mesmo com a presença de uma missão de observadores da ONU. Os observadores foram alvos de vários ataques nos últimos dias.
No mesmo momento em que Annan negocia com Assad, o governo da Austrália anunciou a expulsão de dois diplomatas sírios do país em protesto ao massacre de Houla. O encarregado de negócios da Síria na Austrália (que cumpre o papel de embaixador), Jawdat Ali, foi notificado da decisão das autoridades australianas e deve deixar o país acompanhado de um colega diplomata em até 72 horas.
"Não haverá mais ligação oficial entre a Austrália e o governo sírio enquanto o país não aceitar o cessar-fogo definido pelas Nações Unidas e der passos ativos para implementar o plano de paz acordado com o emissário especial Kofi Annan", disse o ministro das Relações Exteriores da Austrália, Bob Carr. "Esse massacre matou mais de 100 homens, mulheres e crianças em Houla, foi um crime horrível e brutal."
*Com informações da agência de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto