Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas, conhecida como Mães da Sé, protestou na tarde de hoje (31) contra a falta de políticas públicas para solucionar o desaparecimento de pessoas no país. Com cartazes e fotos dos jovens que procuram, os parentes ocuparam as escadarias da Catedral da Sé, centro de São Paulo.
Maria de Lurdes Ramalho levou a foto de Carlos Alberto, que desapareceu quando tinha 6 anos em Mairiporã (SP). Há quase 20 anos, o menino estava em frente de casa para esperar o pai chegar do trabalho, quando desapareceu. “Quando fomos procurar, já não estava mais. Desapareceu, ninguém viu, ninguém sabe”, relatou a mãe.
O presidente da Fundação Criança, Ariel de Castro Alves, explicou que um dos principais problemas nestes casos é a falta de um cadastro nacional de crianças desaparecidas. “Existe uma expectativa em relação ao funcionamento efetivo do cadastro nacional, que apesar de ter sido criado por lei em dezembro de 2009, acaba não funcionando efetivamente”.
Segundo ele, o primeiro passo para que o registro nacional funcione é a criação de cadastros estaduais que tenham foto e as informações básicas da pessoa procurada. “O mais importante seria integrar as polícias estaduais com o governo federal por meio do Ministério da Justiça”. De acordo com ele, somente no estado de São Paulo cerca de 9 mil crianças e adolescentes estão desaparecidos.
Alves também reclamou que ainda há resistência da polícia em colocar em prática a lei que determina o registro imediato dos desaparecimentos. “Ainda hoje é muito comum que a polícia impeça esse registro imediato, não aceite que seja registrado imediatamente, manda esperar 24 ou 48 horas e nós sabemos que esses momentos iniciais sãos os mais importantes para tentar localizar a pessoa desaparecida”.
Edição: Rivadavia Severo