Empresários de Brasília se preocupam com proibição de fumódromos

15/12/2011 - 21h09

Da Agência Brasil

Brasília – Proprietários e clientes estão preocupados com a proibição do cigarro em ambientes fechados públicos e privados. A Lei 12.546 sancionada hoje (15), pela presidenta Dilma Rousseff, extingue os chamados fumódromos, espaços reservados para fumantes.

A auditora da Vigilância Sanitária Mônica Mulser Parada que coordena as ações de controle do tabagismo no Distrito Federal disse que a proibição é um avanço na lei que já está em vigor em São Paulo, no Rio de Janeiro e Paraná.

Segundo Mônica, os fumódromos são tecnicamente inviáveis para o controle do uso de cigarro, o que acarreta problemas de saúde nos frequentadores. “São locais insalubres. Não existe tecnologia eficaz para evitar que fumaça se disperse. Como a Vigilância não tinha como proibir, tentava desestimular o uso de cigarro”. Para que a nova lei seja cumprida, a vigilância Sanitária vai se organizar e programar ações.

Gustavo Gazeta, dono da casa de shows UK Music Hall, não concorda com a proibição dos espaços reservados aos fumantes. “É muito constrangedor expor o cliente a ficar na calçada para fumar, atrapalhando quem está passando, se antes existia um local próprio”, disse. Com as novas determinações, Gustavo irá avaliar estratégias para que seus clientes fumantes não deixem de frequentar o local. “Vamos ter que criar alguma maneira de que o cliente não precise ir embora para fumar”.

A proprietária do America Rock Club, Eliane de Castro, fechou o fumódromo antes mesmo da proibição. “O movimento da casa caiu muito, mas não tinha como controlar o fumódromo. Era um local pequeno e com pouca circulação de ar”. Para ela, o maior problema é manter os clientes, já que eles precisam sair do estabelecimento para fumar. “Eles reclamam de sair para fumar. Seria preciso contratar mais funcionários para controlar a entrada e saída desses clientes”.

O estudante de Administração, Marcelo Ferreira, concorda com a proibição dos fumódromos. “Os fumantes têm que tomar consciência de que é prejudicial à sua saúde”. A analista de sistemas, Melissa de Freitas, fumante há 13 anos, discorda da proibição. “Ter que ir para um fumódromo já é complicado, porque é um isolamento. E agora como fica? Daqui a pouco só poderei fumar em casa?”.

A nova lei também veta a divulgação dos fabricantes em eventos esportivos e musicais. A partir de 1º de janeiro de 2016, os avisos deverão aparecer em 30% da área frontal do maço de cigarros.
 

Edição: Rivadavia Severo