Conferência Nacional de LGTB foi marcada por protestos contra suspensão da distribuição do kit homofobia

15/12/2011 - 20h50

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Um protesto dos movimentos pelos direitos dos homossexuais contra a suspensão da distribuição do chamado kit homofobia nas escolas marcou a abertura da segunda Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), hoje (15), em Brasília.

Representantes do Conselho Nacional LGBT e da Associação Brasileira LGBT (ABGLT), criticaram a decisão do governo de suspender a distribuição de cartilhas com orientações aos estudantes sobre o preconceito contra os homossexuais.

Segundo Julian Rodrigues, conselheiro nacional da LGBT e da ABGLT, o kit homofobia não é propaganda homossexual, mas uma forma de combater a discriminação desde a escola. Segundo ele, no primeiro ano do governo da presidenta Dilma Rousseff, houve um retrocesso nas políticas voltadas aos gays, as lésbicas e transsexuais.

"Em 2011, tivemos um recrudescimento das políticas para os homossexuais e o aumento da violência. Houve uma espécie de apagão do governo. Ao contrário do que havia no governo Lula, com a Dilma, não temos visibilidade".

De acordo com Rodrigues, um exemplo da falta de prioridade do governo em relação aos movimentos homossexuais foi a presença de apenas três ministros na abertura da conferência. Participaram do evento as ministras Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, Luiza Barros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência.

"Na primeira conferência o Lula veio, discursou e fez todo mundo chorar. Hoje, vieram apenas três ministros. Onde está o Haddad, o Padilha?", perguntou Rodrigues.

Maria do Rosário, contudo, disse que a defesa dos direitos dos homossexuais está entre as prioridades do governo. "Nos espaços deste governo não serão aceitos discriminação. Isso está no programa de governo da presidenta Dilma", discursou a ministra.

Sem citar avanços, Maria do Rosário disse ser preciso comemorar as conquistas. A ministra disse ainda "considerar, respeitar e acolher" todas as críticas feitas ao governo.

 

Edição: Rivadavia Severo

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