Recasamentos representam uma em cada cinco uniões

30/11/2011 - 10h23

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Com o crescimento da taxa de divórcio no país, que atingiu em 2010 o maior valor desde 1984 (1,8 caso por mil habitantes), também aumentou na última década o número de recasamentos (casamentos em que pelo menos um dos cônjuges era divorciado ou viúvo). Em 2000, eles representavam 11,7% das uniões civis. Dez anos depois, eram 18,3% do total. Ao todo, em 2010, foram registrados 977.620 casamentos no Brasil, 4,5% a mais do que no ano anterior.

Os dados fazem parte das Estatísticas do Registro Civil 2010, divulgadas hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo traz informações sobre o número de registros de nascimentos e de óbitos, casamentos, separações e divórcios ocorridos no ano passado, além de retratar as características dos arranjos conjugais formalizados naquele ano.

Segundo o gerente de estatísticas vitais do IBGE, Claudio Crespo, essa realidade reflete uma mudança no perfil dos casamentos.

Houve um aumento no número dos casamentos em geral, mas especialmente nos de recasamentos. Os casamentos em que pelo menos uma pessoa já teve união anterior ainda não são majoritários, os que envolvem cônjuges solteiros são 81,7% do total, mas [os recasamento] tiveram um aumento significativo e já representam uma em cada cinco uniões. Isso reflete uma modificação no perfil dos casamentos no Brasil”, afirmou.

Para Christiane Bazeth Daudt, que casou pela segunda vez em 2010, a maturidade e a experiência adquirida com os erros da primeira união contribuem para uma relação mais “sadia”. “Quando as pessoas se casam de novo, elas estão mais velhas e, em geral, mais experientes. Não implicamos com as mesmas coisas, aprendemos a relevar mais os erros do outro e a convivência é mais tranquila”, disse.

O levantamento do IBGE mostra ainda que, em 2010, nos casamentos em que os dois cônjuges eram solteiros os homens tinham em média 29 anos e as mulheres, 26 anos – ambos com dois anos a mais do que o registrado em 2000.

O Rio de Janeiro foi o estado que registrou a menor proporção de casamentos entre solteiros (76,7%), e o Piauí, a maior (92,9%). Entre pessoas divorciadas, as maiores proporções foram observadas no Rio de Janeiro e em São Paulo (4,2%, em ambos). Já as uniões formais entre mulheres divorciadas e homens solteiros foram mais frequentes em Rondônia (5,9%) e São Paulo (5,8%). Na composição inversa, as maiores proporções foram observadas no Distrito Federal (10,0%) e no Rio de Janeiro (9,4%).

A taxa de nupcialidade – que é a divisão do número de cônjuges de 15 anos ou mais pela população dessa faixa etária, multiplicada por mil – teve um ligeiro aumento em relação a de 2009, atingindo 6,6 casamentos.

Edição: Talita Cavalcante