Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis terá 13 estreias nacionais e homenagem póstuma a Ítalo Rossi

12/10/2011 - 13h38

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A partir da próxima sexta-feira (14), a cidade de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, será por 17 dias – até 30 de outubro - o grande palco do teatro brasileiro. Em sua oitava edição, a Festa Internacional de Teatro de Angra (Fita) levará à cidade – mais conhecida como destino turístico – nada menos do que 60 produções, entre elas 13 estreias nacionais. A expectativa dos organizadores é superar a marca da edição do ano passado, quando o evento teve 95 mil espectadores.

Considerada um dos maiores festivais de teatro do país, a Fita é realizada em uma cidade que não tem sala de espetáculos. A solução adotada pelos organizadores é a montagem a cada edição de dois teatros à beira-mar, na Praia do Anil, ambos equipados com tecnologia de ponta de som e luz. Batizados com os nomes de dois dos patrocinadores do evento, o Palco Sesc Rio, com capacidade para 1.500 pessoas, e o Palco Transpetro para 500 espectadores.

Os dois teatros são climatizados e seguem o modelo de palco italiano, a exemplo das melhores salas de espetáculo do país. Na quarta-feira passada (5), por ocasião da cerimônia de lançamento da Fita, no Palácio Guanabara, o governador Sérgio Cabral acatou a solicitação do prefeito de Angra, Tuca Jordão, de construção de um teatro na cidade. A Secretaria Estadual de Cultura também patrocina o festival, que conta com recursos provenientes da Lei do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

De acordo com o curador João Carlos Rabello, a parceria vai ajudar na meta de fazer da Fita uma referência internacional. “Nós podemos fazer o melhor festival de teatro do Brasil”, disse. Idealizador da Fita, Rabello se inspirou nas iniciativas de grandes atores do passado, como Procópio Ferreira, que promoviam turnês com suas peças pelo interior do país.

Na primeira edição, em 2004, já com uma programação variada, o evento reuniu um público de 18 mil pessoas. No ano seguinte, o festival contou com a curadoria do premiado diretor Aderbal Freire Filho e recebeu nomes internacionais como o dramaturgo espanhol Fernando Arrabal.

Este ano, a Fita será palco, em seu espetáculo de abertura, às 19h50 da próxima sexta-feira, da despedida teatral do ator Francisco Cuoco, na peça Três Homens Baixos. O texto de Rodrigo Murat, com direção de Jonas Bloch, conta a história de três amigos de infância que se encontram periodicamente para colocar a conversa em dia, em uma mesa de bar. Os atores Anselmo Vasconcellos e Orlando Vieira contracenam com Francisco Cuoco.

O homenageado da edição 2011 é outro ator brasileiro, Ítalo Rossi, que morreu recentemente. O Palco Transpetro vai abrigar no sábado (15), às 21h50, a estreia nacional de C’est la Vie, texto de Marcelo Rubens Paiva, com prólogo de Bráulio Mantovani. A peça já estava prevista para estrear na Fita, com direção de Rossi, e como parte das comemorações dos 80 anos do ator e diretor.

Com a morte de Rossi, no último dia 2 de julho, a atriz Ester Jablonski, assistente de direção, decidiu levar à frente o projeto, agora como um tributo ao grande nome do teatro brasileiro. A direção coube a Gilberto Gawronski, e do elenco, além de Ester, fazem parte os atores Adriano Garib e Zemanuel Piñero.

Resultado de intensas pesquisas, a peça concebida por Ítalo Rossi e escrita por Marcelo Rubens Paiva se baseia nas histórias recebidas diariamente pelo Disque Denúncia, serviço de utilidade pública que mantém o anonimato dos denunciantes.

Ítalo Rossi também dará nome ao primeiro troféu do evento, que passa nesta edição a conceder prêmios nas categorias ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, cenário, figurino, revelação e melhor espetáculo. Também será premiado o melhor espetáculo infantil. Todos escolhidos por júri popular.

A programação completa pode ser consultada no site do evento: www.fita.art.br.

 

Edição: Aécio Amado