Da BBC Brasil
Brasília - O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, acusado de tentar explodir um avião nos Estados Unidos usando um dispositivo dentro das calças, declarou-se culpado nesta quarta-feira (12).
Segundo os promotores, Abdulmutallab sofreu queimaduras graves quando a detonação da bomba, costurada em sua roupa de baixo, falhou.
Ele viajava em um avião da Northwest Airlines em dezembro de 2009, que saiu de Amsterdã em direção à cidade americana de Detroit com quase 300 pessoas a bordo.
Abdulmutallab disse durante o julgamento que a bomba era uma "arma abençoada para salvar as vidas de muçulmanos inocentes".
"Os Estados Unidos devem ser alertados que, se continuarem a matar e a apoiar aqueles que matam muçulmanos inocentes, devem esperar uma grande calamidade... ou Deus os atingirá diretamente", disse o nigeriano.
Abdulmutallab será sentenciado no dia 12 de janeiro de 2012. Mas o correspondente da BBC em Washington, Jonny Dymond, disse que já está claro que Abdulmutallab será condenado à prisão perpétua.
O grupo Al Qaeda na Península Arábica (AQPA), cuja base fica no Iêmen, assumiu a responsabilidade pelo plano de explodir o avião que chegou a Detroit no dia de Natal.
Investigadores americanos disseram ter ouvido de Abdulmutallab que ele trabalhava para a AQPA, de quem teria recebido treinamento e o explosivo a ser detonado.
Autoridades americanas e iemenitas ligaram Abdulmutallab ao clérigo radical Anwar Al Awlaki (morto no início deste mês em uma ofensiva americana no Iêmen), com quem o nigeriano teria se encontrado enquanto estava em territorio iemenita, antes do ataque.
Abdulmutallab já estava na lista de pessoas vigiadas pelos Estados Unidos, mas não na lista dos proibidos de embarcar em aviões.
O pai de Abdulmutallab, Alhaji Umaru Mutallab, um banqueiro influente e com bons relacionamentos entre os políticos da Nigéria, informou as autoridades da embaixada americana na Nigéria a respeito de seu filho em 2009.