Cubanos poderão comprar e vender carros novos e seminovos a partir de sábado

29/09/2011 - 11h28

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A partir de sábado (1º), os cubanos poderão comprar e vender automóveis novos e seminovos. Pela legislação em vigência, os cubanos só podem transferir a propriedade de carros fabricados até 1959 – ano da Revolução Cubana. A decisão integra o pacote de reformas econômicas, lançado no ano passado, pelo presidente de Cuba, Raúl Castro.

Um dos símbolos de Cuba são os carros que seguem o padrão norte-americano, dos anos de 1950, quando o país ainda estava sob poder do então presidente Fulgencio Batista, ligado ao governo dos Estados Unidos. Por essa razão, é possível encontrar circulando nas ruas de Havana e de todas as cidades cubanas modelos antigos de veículos.

Porém, as novas normas determinam que a venda de carros novos só será permitida com o uso de dólares ou em pesos convertíveis, os chamados Cus. A medida é considerada impeditiva para a maioria da população, pois os cubanos recebem salários em moedas locais que não podem ser convertidas. A exceção são os que trabalham para empresas estrangeiras em Cuba.

A compra dos carros exige ainda o pagamento de um imposto de 4% sobre o valor total do veículo e mais uma autorização do Ministério dos Transportes. A maioria da população poderá comprar carros produzidos após 1959 de estrangeiros ou de pessoas autorizadas a importar veículos produzidos na antiga União Soviética.

Artistas, atletas, funcionários do governo e algumas pessoas, consideradas casos específicos, já têm autorização para importar carros e também poderão vendê-los. Desde que recebeu o poder do irmão, Fidel Castro, em 2008, Raúl defende reformas para a abertura da economia cubana.

Em decorrência do embargo, imposto pelos Estados Unidos em 1962, Cuba enfrenta restrições que atingem diretamente a população. Nos supermercados, a venda de alimentos e bebidas é limitada e faltam vários produtos. Uma das principais carências no país é por combustíveis.

*Com informações da BBC Brasil

Edição: Talita Cavalcante