Mariana Jungmann e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, voltou a defender hoje (6) o reajuste salarial dos servidores do Ministério Público e do Poder Judiciário. Gurgel disse que as duas instituições são sensíveis ao momento econômico, mas que “é preciso que algum momento seja considerado propício” para que o aumento salarial seja concedido. Segundo ele, as perdas salariais das duas categorias com a inflação superam 20%.
“A pretensão do MP, como a do Judiciário, é no sentido de repor perdas pela inflação – a inflação oficial, reconhecida pelo governo – e que hoje já soma perdas acima de 21%. Mas sem que isso signifique retirar um único centavo que seja das atividades essenciais, como saúde e educação”, disse ele.
Gurgel reclamou da falta de vontade política para tratar desse assunto. Para ele, é uma discussão que vem sendo adiada há alguns anos. “Esse momento [para tratar do reajuste salarial] vem sendo afirmado como não propício há alguns anos. Há dois ou três anos que MP e Judiciário não têm esse reajuste”, disse o procurador-geral, após visitar os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
Gurgel espera que o diálogo com os Poderes Executivo e Legislativo resulte em uma solução que “evite a continuidade desse processo de deterioração da remuneração” dos servidores das duas instituições. Ele admitiu, inclusive, negociar um percentual de reajuste menor, que reponha uma parte dessas perdas.
Apesar das opiniões que deu sobre o tema, Roberto Gurgel garantiu que não tratou do reajuste salarial com os presidentes das duas casas do Congresso. Segundo ele, as visitas foram apenas "cortesia".
Edição: Vinicius Doria