Da BBC Brasil
Brasília – Tanques do Exército sírio atacaram a cidade de Hama, que fica no Norte do país, deixando pelo menos 45 civis mortos. A informação é de um dos principais grupos ativistas pelos direitos humanos da Síria. Hama é palco de alguns dos maiores protestos contra o governo do presidente Bashar Al-Assad e esteve cercada pelo Exército durante o último mês.
Ativistas dizem que mais de 1,5 mil civis e 350 oficiais das forças de segurança foram mortos na Síria desde o início dos protestos, em meados do mês de março. Segundo o grupo, soldados e tanques começaram o ataque no início da manhã de ontem (30), derrubando centenas de barricadas erguidas por moradores para chegar ao centro de Hama.
Falando de Londres, Rami Abdel Rahman, do Observatório Sírio de Direitos Humanos, disse que sua contagem mais recente, baseada em relatos de médicos locais, era de 45 mortos e dezenas de feridos. Um morador disse ao serviço mundial da BBC que os três principais hospitais da cidade estavam lotados, com mais de 200 feridos. Segundo a fonte, os manifestantes não fizeram nada para provocar a ação militar.
Relatos de residentes confirmam que há mortos na área e dizem que o fornecimento de água e de eletricidade da cidade foi cortado. O correspondente da BBC na região, Jim Muir, disse que atiradores das forças de segurança foram vistos assumindo posições em prédios altos da cidade.
Em entrevista à rede de TV árabe Al Jazeera, a porta-voz do governo sírio, Reem Haddad, defendeu a operação militar, dizendo que as autoridades foram forçadas a agir porque Hama está em um "estado de terror" no último mês.
Na última sexta-feira (29), 20 pessoas foram mortas e 35 ficaram feridas durante protestos em diversas cidades no país. De acordo com os ativistas pelos direitos humanos, mais de 500 pessoas foram presas em uma operação no bairro de Qadam, na capital, Damasco. Desde o início dos protestos, mais de 12,6 mil pessoas foram presas e outras 3 mil constam como desaparecidas.