Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Distrito Federal se tornou referência do motociclismo nessa última semana, com a organização do Brasília Moto Capital. A oitava edição do evento começou na quarta-feira (27) e terminou hoje (31), no Parque de Exposições da Granja do Torto. O encontro reúne motoclubes de todo o país e da América do Sul, cada um em sua tenda. Só em Brasília são 100 grupos.
Durante todos os dias do encontro ocorreram shows com a participação de músicos brasileiros e sósias de artistas famosos. Há motoclubes que contam com adeptos em vários estados, como é o caso do Bodes do Asfalto, de São Paulo. Parte dos integrantes acampa na própria área do evento e outra usa a rede hoteleira de Brasília, principalmente os que trazem a família.
O público visitante tem a oportunidade de conviver com a moda do motociclismo nesses encontros e fazer compras, nos estandes montados, que vendem desde peças para motocicletas até artigos de vestuário para motociclistas, lembranças, bijuterias e emblemas para motos.
Na edição deste ano, houve apresentações do globo da morte, que tem 4,4 metros horizontais onde foi vista na manhã deste domingo apresentação com até três motocicletas de 125 cilindradas correndo juntas a 70 quilômetros por hora no reduzido espaço. O cinegrafista Alberto Rui, de São Paulo, fez filmagens dentro da estrutura durante uma das apresentações e disse que não teve medo, pois conhece e confia nos pilotos. Um deles Túlio Aravechia, de 18 anos, de São Paulo disse que treinou durante dois anos para se apresentar e que está satisfeito em ter visitado Brasília por sediar o maior encontro do qual já participou.
Pelos cálculos da organização, pelo menos 250 mil pessoas passaram pelo local – o segundo de maior proporção. Perde apenas para o de Barretos (SP), no mês de junho. "Mas, [o de lá se] difere do que se realiza no DF pois lá a zoeira das motos esportivas é livre. Aqui há a preocupação de que seja um encontro mais familiar. Os motociclistas que aceleram a altos giros as motos de alta cilindrada são repreendidos", afirma. Ele justifica que há interesse em atrair as famílias, que vêm a cada ano comparecendo em maior número com os filhos.
O procurador Joaci Lira estava no encontro com sua moto, de alta cilindrada. Para ele, o Brasília Moto Capital é fundamental para a integração dos motociclistas."É muito salutar para a vida de Brasília as pessoas participarem de semelhante oportunidade de confraternização."
Ontem (30) cerca de 8 mil motocicletas que estavam no evento percorreram o Eixo Monumental, indo até a Ponte JK de onde retornaram para o Parque de Exposições.
Entre os triciclos artesanais, que são grande atração no evento, estava a patinete motorizada, movida a energia solar, fabricada por José Santana, que trabalha na área de serviços. Ele próprio desenvolveu o projeto e gastou R$ 6 mil na produção, e espera investir mais R$ 4 mil para aperfeiçoá-la. Santana diz que o protótipo pode andar a até 20 quilômetros por hora e é ideal para percorrer espaços como o do encontro da Granja do Torto. Ele acha que é o único modelo que existe no mundo e trabalhou no projeto dentro de seu próprio apartamento.
Edição: Talita Cavalcante