Cinco centrais sindicais não irão à reunião em que será apresentada nova política industrial

29/07/2011 - 17h32

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Cinco centrais sindicais, entre elas a Força Sindical, disseram hoje (29) que não vão participar da reunião de apresentação da nova política industrial. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) confirmou presença e será representada por seu presidente, Artur Henrique. As centrais foram convidadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para conhecer a política industrial algumas horas antes do anúncio oficial, previsto para a próxima terça-feira (2), às 11h.

Em nota, as centrais alertam o governo sobre a necessidade de medidas duras para conter o avanço dos produtos industriais importados, além do câmbio desfavorável para as exportações e a produção interna. As entidades representativas dos trabalhadores dizem que foram surpreendidas com o convite e que não lhes “parece adequado” serem chamadas junto com os empresários para “apenas para tomar conhecimento [da nova política] e aplaudir medidas que desconhecem.”

As organizações também alegam que os produtos brasileiros não estão conseguindo competir com os asiáticos por falta de incentivo do governo brasileiro. “Produtos fabricados na Ásia, principalmente na China, com estímulos fiscais e uso de mão de obra barata, invadem nosso país, sem qualquer política de enfrentamento comercial.”

Os setores que mais sofrem com a competição são os do aço, dos calçados, têxteis, das confecções, dos eletrônicos e brinquedos. As centrais lembram ainda que, só no mês passado, 58 mil empregos foram perdidos na indústria brasileira, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Empresários brasileiros da área de calçados, têxteis e até de fabricação de ônibus estão transferindo suas fábricas para a Ásia.

As centrais disseram estão sempre prontas para conversar com o governo e pediram à presidenta Dilma Rousseff que “o diálogo necessário torne-se uma prática constante com as centrais sindicais, especialmente quando se tratar de decisões que afetem o emprego e a sobrevivência da indústria nacional”.

Além da Força Sindical, assinam a nota a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

Edição: Lana Cristina//A matéria e o título foram alterados para correção de informações