Curitiba será primeira capital a integrar projeto Torcida Legal

28/06/2011 - 13h55

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba – A capital paranaense será a primeira a integrar o programa do governo federal de cadastramento dos integrantes de torcidas organizadas de times de futebol, medida prevista no Estatuto do Torcedor para  combater  a violência nos estádios. O projeto Torcida Legal foi lançado hoje (28) em Curitiba, pelo  Ministério do Esporte, e nos  próximos 12 meses deve cadastrar todas as torcidas organizadas do país – estimadas em 475.

Segundo a coordenadora da Assessoria Especial de Futebol do Ministério do Esporte, Sara Carvalho, a ideia é traçar  um perfil de quem  frequenta os estádios para identificar o mau torcedor.  “Queremos mudar a cultura da ida aos estádios. Voltar  aos velhos tempos, quando toda a família comparecia sem medo da violência. A cultura do esporte é a agregação das pessoas, é isso que queremos retomar”, disse ela.

O cadastro consiste na coleta de digitais, fotos e na conferência de documentos. Será realizado pelo sistema de identificação biométrica, similar ao da Justiça Eleitoral, que utiliza a impressão digital. A assessora lembrou que  muitas vezes um torcedor, isoladamente, arruma confusão e acaba comprometendo toda a torcida. “Com o cadastro, vamos  agir com os rigores da lei em relação apenas ao infrator”.

A iniciativa recebe o apoio do Ministério Público do Paraná, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba. Para o promotor  Maximiliano Ribeiro, organizador da ação no estado, o Ministério do Esporte atende ao  interesse de todos  - “da população, dos órgãos públicos, das torcidas e dos clubes. Mas o projeto só vai dar certo se contar com a colaboração de todos. Isoladamente não vai funcionar”.

Segundo o promotor, esta é uma oportunidade de conhecer o torcedor bem intencionado. “O mau torcedor  não vai querer ser inserido em um programa de ajustamento de conduta”, comentou.

Júlio Cezar, presidente da torcida organizada Fanáticos, do Atlético Paranaense, disse que este é mais um ato para garantir a sobrevivência das torcidas. “No nosso histórico, temos aproximadamente 26 mil pessoas. Mas não estamos preocupados com quantidade, queremos qualidade e atitude das pessoas. Nossa prioridade é a família indo ao campo”.

Para Luiz Fernando Papagaio, presidente da Império Alviverde, do Coritiba, não é só o cadastramento que vai acabar com a violência, “tem que haver mais comprometimento entre todos os setores, principalmente dos clubes”.

Edição: Graça Adjuto