Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Diversos representantes de militares do Corpo de Bombeiros reuniram-se hoje (6) para tentar unificar o movimento e negociar com o novo comando da corporação. A mobilização por melhores salários, que começou com a insatisfação de cerca de 40 guarda-vidas do Grupamento Marítimo do Rio em abril deste ano, foi gradativamente recebendo a adesão de bombeiros de diversas unidades.
Agora, associações representativas, como a de Cabos e Soldados dos Bombeiros do Rio, também querem participar da mobilização, que não tem um comando unificado, e ajudar na negociação com o governo do estado.
“O comando atual do Corpo de Bombeiros já deu sinal verde de que vai receber as associações e alguns membros mobilizados do Grupamento Marítimo. Convidamos alguns membros do movimento para sentar junto com as associações, traçar uma pauta única e sentar definitivamente numa mesa de diálogo”, disse o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Nilo Guerreiro.
Entre os pontos discutidos na reunião estava a definição de uma pauta salarial para os bombeiros. Os bombeiros guarda-vidas, por exemplo, querem salário mínimo de R$ 2 mil (líquido) para os soldados. Já as associações propuseram que a reivindicação fosse modificada de forma a se adequar à Lei Estadual 279/79, que dispõe sobre a remuneração dos policiais e bombeiros militares fluminenses.
A proposta das associações é que o soldo (salário-base do militar) passe dos R$ 334,27 atuais para R$ 662, valor do piso salarial dos vigilantes privados. Com isso, o salário líquido do soldado (que inclui gratificações e benefícios) passaria de R$ 950 para cerca de R$ 2.600.
Os guarda-vidas presentes na reunião disseram que o apoio das associações será importante, mas afirmaram que só desejam negociar pautas salariais depois que os 439 bombeiros presos no último sábado (4) sejam libertados, inclusive o cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes informais do movimento.
Os bombeiros foram presos depois de ocupar o Quartel-General do Corpo de Bombeiros, para tentar negociar com o então comandante, coronel Pedro Machado. A ocupação do quartel foi encerrada depois de uma ação da Polícia Militar, que prendeu os bombeiros.
O coronel Pedro Machado foi exonerado depois do episódio e, em seu lugar, assumiu o coronel Sérgio Simões, que já convidou os manifestantes para conhecer as reivindicações e ajudar a negociar com o governador Sérgio Cabral.
Edição: Nádia Franco