Palocci dá esclarecimentos sobre denúncias de aumento de patrimônio ao ministro da Controladoria-Geral da União

16/05/2011 - 16h24

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, procurou o ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias divulgadas pela Folha de S.Paulo de que ele teria multiplicado seu patrimônio 20 vezes em quatro anos.

“Ele me procurou para dizer que tinha cumprido todas as exigências legais, ou seja, tinha comunicado à Comissão de Ética Pública [seu patrimônio] e apresentado as declarações [da empresa], que eram as obrigações que deveria cumprir”, disse hoje (16) Jorge Hage.

A conversa entre os dois ministros ocorreu ontem (15), quando a Folha de S.Paulo publicou reportagem sobre o aumento patrimonial de Palocci. Segundo o jornal, entre 2006 e 2010, o patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil passou de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões.

De acordo com a reportagem da Folha de S.Paulo, semanas antes de assumir a chefia da Casa Civil
Palocci comprou um apartamento em São Paulo por R$ 6,6 milhões. Um ano antes, ele havia adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil. Ainda segundo o jornal, os dois imóveis foram comprados por uma empresa da qual ele tem 99,9% do capital.

Quando se elegeu deputado federal, em 2006, Palocci declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio estimado em R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação, conforme a reportagem da Folha de S.Paulo.

Procurado pela reportagem do jornal, Palocci disse que as compras foram feitas com recursos da sua empresa, a Projeto Administração de Imóveis. O ministro da Casa Civil, segundo a Folha de S.Paulo, não quis identificar seus clientes nem informou o faturamento da empresa.

Ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, Palocci esclareceu que a Projeto Administração de Imóveis foi criada como "uma empresa de consultoria financeira e econômica" e "encerrou as suas atividades de consultoria em dezembro de 2010 - fato registrado na Junta Comercial de São Paulo".

Edição: João Carlos Rodrigues