Inflação é fenômeno global e está relacionada a commodities, diz Mantega

18/04/2011 - 21h11

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A disparada da inflação é um fenômeno global e provocado fundamentalmente pelo preço das commodities – bens agrícolas e minerais com cotação internacional – e está sendo contida pelo governo, disse hoje (18) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em reunião com investidores internacionais em Nova York, ele afirmou que a equipe econômica adotou diversas medidas para frear o aumento de preços.

De acordo com a apresentação de Mantega aos investidores, divulgada há pouco pelo ministério, as principais providências adotadas para conter a inflação são o estímulo ao aumento da oferta de alimentos, o corte de cerca de R$ 51 bilhões no Orçamento e o aumento de juros pelo Banco Central (BC). Ele ainda citou as medidas de contenção ao crédito anunciadas pelo BC no fim do ano passado e o aumento de 1,5% para 3% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o crédito a pessoas físicas.

O ministro afirmou ainda, durante a apresentação, que a inflação de março, que somou 0,79% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi pressionada pelos combustíveis, que contribuíram com 0,12 ponto percentual, e pelo transporte público, com 0,19 ponto percentual. Os números, no entanto, revelam que o grande responsável pela inflação no mês passado foi a categoria outros fatores, que contribuiu com 0,32 ponto percentual e contém itens influenciados pela demanda.

Mantega ressaltou que a equipe econômica ajustou o Brasil ao cenário econômico de 2011, revertendo os estímulos concedidos em 2009 e 2010, aumentando a eficiência dos gastos públicos e assegurando o rigor fiscal. O ministro também mencionou o reajuste do salário mínimo para R$ 545, abaixo dos R$ 560 defendidos pelas centrais sindicais, como medida de austeridade.

A reunião com os investidores estrangeiros encerrou a viagem de Mantega aos Estados Unidos. Na semana passada, o ministro da Fazenda esteve em Washington participando do encontro de ministros das Finanças do G20 (grupo das 20 principais economias do planeta) e da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

 

Edição: Aécio Amado